"Não tive com o senhor Mário Coluna, nem de perto nem de longe, por razões óbvias, a mesma relação de proximidade que com o rei Eusébio. Porém, obra do destino (será?), foi na lindíssima cidade de Maputo, no início da década de 80, por altura da comemoração de mais um aniversário da Independência moçambicana - foi a última reportagem que fiz para a Gazeta dos Desportos e nessa viagem a África tive por perto o carinho de dois Senhores que recordo amiúde, como o foram Carlos Pinhão e Carlos Arsénio - que tive o privilégio de conhecer o monstro sagrado, que eu apenas conhecia das vezes, poucas, que o vi jogar ao vivo e das belas serenatas que me proporcionou através de fantásticas imagens a preto e branco, como aconteceram no Mundial de 1966. E foi no Polana, no final do dia 25 de junho de 1985, com o mais lindo pôr do sol do mundo em fundo, que o monstro sagrado me apresentou ao seu presidente e figura única da história mundial, como o foi Samora Machel. Levando em linha de conta, que além dos monstros citados Eusébio e o capitão Mário Wilson eram outros monstros sagrados que também estavam nessa festa tão importante para os moçambicanos, nunca esquecerei o orgulho e a felicidade sentidas por aquele par de horas tão diferente de tudo o que tinha vivido, até porque o senhor Mário Coluna tinha tido a delicadeza de ter salientado que em determinada altura da sua vida o meu pai tinha sido tão moçambicano quanto eles.
Quando choquei com a notícia da morte do monstro sagrado devo confessar que o sentimento sentido pelo seu desaparecimento foi um desgosto, mas diferente do que me havia acontecido com o king, porque as últimas novas não eram nada animadoras. Mário Coluna junta-se a Eusébio. Como diz Oceano, no Céu a equipa está cada vez mais forte, mas cá na Terra... eternamente agradecido senhor Mário."
José Manuel Freitas, in A Bola
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