"Há pintos a mais na Casa Grande da Corrupção. E piam teimosamente no mesmo tempo. Monótono piar este que cheira a podre. Há um pinto chefe, ou pelo menos parece que há um pinto chefe, tão subservientes são os pintos que o procedem. E um pinto mofo. Como é sinistro esse pinto mofo! Há anos e anos e anos que se esconde por debaixo dos móveis e na orla das carpetes da casa ao fundo que tem uma luz, um pouco adiante da funerária. É de lá que salta para organizar homenagens ao Azeiteiro-da-Cabeça-d'Unto e seus colegas infames. Juntos, felizes, apintam... E a cada apinto há um infeliz que tomba, caído na guerra semanal contra aqueles que não dispensam a batota.
O pinto mofo é perigoso, profundamente fascista. Sabe estar atento ao pio do outro pinto. E vai atrás, piando cegamente à voz do dono. Reparem bem no pinto mofo: observem o seu bico recurvo de periquito doente. E os seus olhos juntos que piscam maldosamente. Tudo nele é repelente. Mas é preciso que exista, porque o pinto-mor exige que existam os seus sicários.
Custa a entender como é que um galináceo tão medíocre continua a ter espaço nos jornais, tempo de antena nas rádios e nas televisões. Ou talvez se compreenda. Recentemente fomos ameaçados em pseudo-editorial que vinha aí o canal que nos irá dar a verdade a que temos direito. Os pintos continuarão a piar as suas cretinizes Um após o outro. Serão adorados pelos seus escravos. Tentarão limpar as suas imagens escurecidas pela vergonha. Será possível vê-los mais importantes do que nunca. Nada fará frente à sua impunidade. Será, finalmente, um canal sem escutas..."
Afonso de Melo, in O Benfica
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