"O que há de mais fascinante no jogo é a imprevisibilidade do desfecho. Não sendo aleatório, é sempre impossível de determinar. Na esperança que antecede todos os jogos reside o fascínio do jogo. Antes do início de um jogo acreditamos que um desfecho é uma possibilidade e nunca uma certeza. Essa incerteza é o que nos faz ter a paixão pelo futebol.
Agora, imaginemos que deixamos de acreditar na imprevisibilidade, deixamos de acreditar que o desfecho do jogo se encontra no final do mesmo e passamos a saber que o desfecho do jogo foi determinado antes do seu início. Deixará de ser um jogo, passará a ser um embuste. Quando isso acontecer, matar-se-á o jogo, acabar-se-á o futebol, porque se acaba a inocência de acreditar.
Actualmente, o jogo está seriamente ameaçado. Declan Hill, em 2008, publicou “The Fix”, uma excelente obra sobre a falta de verdade no futebol. Essa obra foi recentemente publicada em Portugal e titulada “Máfia no Futebol”. Aconselho a sua leitura, sabendo que, após essa leitura, perdemos o que nos restava de inocência, mas percebemos melhor o comportamento de árbitros, dirigentes e futebolistas. Compreendemos melhor o que leva um determinado treinador, num qualquer minuto 58, a substituir os dois futebolistas que melhor estavam a jogar; compreendemos por que motivo um treinador se vê obrigado a substituir um excelente guarda-redes, ao intervalo, com o medo que esse futebolista facilite na segunda parte; compreendemos como a prostituição é tão importante para poder chantagear quem tem o poder de decidir um jogo…Percebemos que nem os jogos das fases finais dos Campeonatos do Mundo estão a salvo de serem decididos antes de terem começado.
Mais do que tudo, percebemos que a protecção do jogo não está na competência das regras, das leis ou dos regulamentos, está na seriedade das pessoas."
Agora, imaginemos que deixamos de acreditar na imprevisibilidade, deixamos de acreditar que o desfecho do jogo se encontra no final do mesmo e passamos a saber que o desfecho do jogo foi determinado antes do seu início. Deixará de ser um jogo, passará a ser um embuste. Quando isso acontecer, matar-se-á o jogo, acabar-se-á o futebol, porque se acaba a inocência de acreditar.
Actualmente, o jogo está seriamente ameaçado. Declan Hill, em 2008, publicou “The Fix”, uma excelente obra sobre a falta de verdade no futebol. Essa obra foi recentemente publicada em Portugal e titulada “Máfia no Futebol”. Aconselho a sua leitura, sabendo que, após essa leitura, perdemos o que nos restava de inocência, mas percebemos melhor o comportamento de árbitros, dirigentes e futebolistas. Compreendemos melhor o que leva um determinado treinador, num qualquer minuto 58, a substituir os dois futebolistas que melhor estavam a jogar; compreendemos por que motivo um treinador se vê obrigado a substituir um excelente guarda-redes, ao intervalo, com o medo que esse futebolista facilite na segunda parte; compreendemos como a prostituição é tão importante para poder chantagear quem tem o poder de decidir um jogo…Percebemos que nem os jogos das fases finais dos Campeonatos do Mundo estão a salvo de serem decididos antes de terem começado.
Mais do que tudo, percebemos que a protecção do jogo não está na competência das regras, das leis ou dos regulamentos, está na seriedade das pessoas."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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