"From: Domingos Amaral
To: André Villas-Boas
Caro André Villas-Boas
De facto, és um predestinado. Época brilhante no FC Porto, Supertaça, Campeonato sem derrotas, Taça de Portugal, treinador mais jovem de sempre a vencer uma taça Europeia, e agora isto, o maior “par de cornos” da história do futebol mundial. Ao pé de ti, a ida de Figo do Barcelona para o Real Madrid foi uma brincadeira de crianças. Pelos vistos, és mesmo muito diferente do teu ex-mentor, José Mourinho. Ele é do povo, é conflituoso porque precisava de subir na vida, derrubando o mundo a caminho do topo. Foi-se, mas antes deixou a Champions. Tu, além de só teres ganho a Liga Europa, és de “boas famílias”, tens sangue azul, e isso distingue as pessoas. Há meses, falavas com o desprendimento dos velhos fidalgos, querias era treinar no Japão ou no Chile (!), e os grandes campeonatos não te “entusiasmavam”. Contudo, essa autenticidade, essa humilde aparente, era afinal uma máscara. A maior traição não foi teres saído do FC Porto, mas teres subvertido a identidade que criaras ao longo do ano. A conversa sobre “a cadeira de sonho” não passou afinal de uma conversa da treta, de mais um dos teus “mind games”, e é por isso que aos portistas a tua saída soube a pesadelo. Mesmo a mim, benfiquista, causou mossa. A partir de agora, já não acredito na máxima de que, no futebol, o que hoje é verdade amanhã é mentira. A partir de agora, é tudo mentira, já não se pode confiar em ninguém. Eu sei que, no futebol dos nossos dias, encornar é o que está a dar, mas nunca ninguém encornou tantos, tão cedo e tão fundo."
To: André Villas-Boas
Caro André Villas-Boas
De facto, és um predestinado. Época brilhante no FC Porto, Supertaça, Campeonato sem derrotas, Taça de Portugal, treinador mais jovem de sempre a vencer uma taça Europeia, e agora isto, o maior “par de cornos” da história do futebol mundial. Ao pé de ti, a ida de Figo do Barcelona para o Real Madrid foi uma brincadeira de crianças. Pelos vistos, és mesmo muito diferente do teu ex-mentor, José Mourinho. Ele é do povo, é conflituoso porque precisava de subir na vida, derrubando o mundo a caminho do topo. Foi-se, mas antes deixou a Champions. Tu, além de só teres ganho a Liga Europa, és de “boas famílias”, tens sangue azul, e isso distingue as pessoas. Há meses, falavas com o desprendimento dos velhos fidalgos, querias era treinar no Japão ou no Chile (!), e os grandes campeonatos não te “entusiasmavam”. Contudo, essa autenticidade, essa humilde aparente, era afinal uma máscara. A maior traição não foi teres saído do FC Porto, mas teres subvertido a identidade que criaras ao longo do ano. A conversa sobre “a cadeira de sonho” não passou afinal de uma conversa da treta, de mais um dos teus “mind games”, e é por isso que aos portistas a tua saída soube a pesadelo. Mesmo a mim, benfiquista, causou mossa. A partir de agora, já não acredito na máxima de que, no futebol, o que hoje é verdade amanhã é mentira. A partir de agora, é tudo mentira, já não se pode confiar em ninguém. Eu sei que, no futebol dos nossos dias, encornar é o que está a dar, mas nunca ninguém encornou tantos, tão cedo e tão fundo."
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