"Eis que no passado sábado, em Aveiro, se descobriu um novo genuflexório: a macia relva de uma grande área. Um jogador (sempre o mesmo) fingiu ter apanhado uma joelhada e pediu, de joelhos, que o deixassem ajoelhado. O árbitro, influenciado, uns dias antes, por um malicioso elogio do sacristão credenciado, decidiu, em cima do joelho, que os joelhos do contumaz atleta não estavam em posição genuflectoriamente ortodoxa e puniu um virtual infractor à beira-mar plantado.
Já há tempos, na Figueira, o mesmo artista, sem joelheiras, havia dobrado os joelhos em sinal de cortesia. O árbitro ficou tão confuso que logo viu em tão insólito acto um putativo empurrão. Por isso se penitenciou, quase de joelhos, a seis minutos do fim.
Mas a acrobacia do grupo não se fica pela parte anterior e saliente da articulação da coxa com a perna a que se convencionou chamar joelho. Um outro jogador até já usou a quilha. Num jogo arbitrado por um famoso Elmano, o jogador quis fazer de falcão e, por acção da força da gravidade, caiu com a quilha na relva. Ficou tão quilhado que Elmano resolveu punir um jogador contrário que seguia noutra rota que não a de colisão. E mais tarde, até mandou repetir um penalty à equipa adversária e, caso a bola tivesse entrado, ordenaria um novo chuto com os... joelhos.
Entre joelhos e quilhas, esta métrica da anatomia já permitiu três 1-0. O que se somam os penalties por efeito amplificado do úmero, rádio e cúbito dos adversários e os não penalties do grupo por obra e graça de membros milagrosamente tornados insignificantes cotos, como se provou no jogo com o Nacional na Madeira.
Em suma, tudo de joelho em joelho até à joelhada final."
Bagão Félix, in A Bola
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