"O mercado de verão/outono foi muito movimentado para os lados da Luz, no que a entradas disse respeito, mas as lacunas no plantel do SL Benfica – e no próprio onze-tipo de Jorge Jesus – são ainda várias.
Com o mercado de inverno ao virar da esquina e com potenciais regressos de empréstimo em equação, essas lacunas podem estar prestes a serem preenchidas (ou assim se espera).
Assim, o que se segue é uma lista, hierarquizada, das cinco principais posições a reforçar no plantel benfiquista.
1. Médio defensivo – Para complementar a chegada do médio centro o SL Benfica deverá – ou deveria – contratar um médio defensivo, também ele à medida de Jesus. Exceção feita ao híbrido Pizzi, parece não haver no plantel encarnado um único médio que JJ aprecie verdadeiramente. Em certa medida, compreendo.
No primeiro ano da primeira passagem pela Luz, Jorge Jesus viu chegarem Javi García e Ramires a um plantel que já tinha Aimar. Deve ser doloroso chegar ao Seixal todos os dias e ver que Gabriel e Taarabt são a melhor dupla de meio-campo para as ideias de Jesus.
Terá, então, que entrar alguém. Entrar ou regressar. Gedson pode estar de volta em janeiro e Florentino pode fazer o mesmo. Restará, depois, esperar para ver – para ver se Jesus aposta nos dois formandos do clube, para ver o que estes fazem e para ver se não virá mais alguém.
Uma coisa é certa – pelo menos para o autor do texto: o atual não pode ser o meio-campo de um bom SL Benfica, muito menos de um SL Benfica de Jorge Jesus.
2. Médio centro – A falta de um médio de choque e de transporte que encaixe nas ideias de JJ tem tido repercussões negativas em quase todos os momentos de jogo. As transições ofensivas não têm fulgor, as transições defensivas não têm rigor, o ataque posicional ressente-se da ausência de um médio de qualidade indiscutível – como JJ já teve – e o momento defensivo tem visto uma pressão excessiva recair sobre a linha defensiva por a linha média não ser capaz de travar o ímpeto adversário.
É vital a contratação de um médio centro de quem Jesus goste, porque claramente não gosta das opções que tem à disposição, o que tem piorado as exibições desses médios, que sentem estarem a prazo no clube. E estão. Tic, toc, janeiro está a chegar (ou na versão Guerra dos Tronos: “brace yourselves, winter´s coming”).
3. Lateral direito – Gilberto tem vindo a crescer, mas não (me) dá garantias. Diogo Gonçalves tem tudo, dizia Jesus há uns tempos, para ser um grande lateral; as oportunidades para o português o mostrar, essas, escasseiam. André Almeida, que já provoca saudosismo até aos adeptos que o detestavam, tem uma longa e árdua recuperação pela frente e Tomás Tavares não deve regressar – nem tem condições para assumir já o lugar.
João Ferreira tem vindo a ganhar terreno na corrida pela lateral direita encarnada, mas não o suficiente para ser escolha contínua. Filipe Cruz vai crescendo nas equipas secundárias do clube e, portanto, a solução ideal será, creio, procurar uma boa solução no mercado de inverno.
O perfil para a direita não deve diferir do perfil desejado para lateral esquerda, o que tem, reportadamente, feito cair alguns nomes da lista de laterais-direitos elaborada pelos dirigentes encarnados. Veremos quem será o escolhido (porque alguém será, arrisco essa previsão).
4. Lateral esquerdo – A ausência de Grimaldo tem dado a Nuno Tavares a oportunidade de se mostrar e de mostrar que é preciso mais e melhor. Nuno Tavares precisa ainda de amadurecer em muitos aspetos táticos – e mesmo técnicos – do jogo e o próprio lateral espanhol não estava a atravessar uma boa fase antes da lesão que o tirou de cena durante algumas semanas.
Na equipa B, vai crescendo Frimpong, mas parece curto. Jogadores para a posição ligados ao clube em condição de empréstimo não os há. Apresenta-se-me como urgente a necessidade dos encarnados fazerem uma incursão pelo mercado próximo em busca de um lateral esquerdo de qualidade indiscutível e que preencha os requisitos mínimos de Jorge Jesus – lateral ofensivo, com alguma estatura e com capacidade para defender bem e fazer piscinas constantes.
5. Defesa-central – As opções para o eixo da defesa são várias, mas pouco convincentes – pelo menos pelo que têm mostrado. Otamendi não tem correspondido, Jardel parece estar em final de linha, Todibo veio a Portugal fazer um retiro físico e espiritual (que custou dois milhões de euros aos cofres encarnados) e Ferro continua a não contar para JJ – sendo que o jovem português até alinha mais pela esquerda do eixo defensivo.
As fragilidades defensivas do SL Benfica são demasiadas e por demais claras e fáceis de explorar, por qualquer equipa. Nem todas se devem à inconstância no eixo defensivo, mas passa muito por aí.
Lucas Veríssimo continua a ser um nome falado e badalado diariamente, o que prova uma de duas coisas: o desespero do jornalismo desportivo, que se espelha na necessidade de criar novelas, ou o desespero das águias, que precisam urgentemente de um central verdadeiramente capaz e à dimensão do clube. Aposto na segunda hipótese."
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