"A partilha do conhecimento, constituindo em termos absolutos um dos esteios da sociedade contemporânea para nos fazer melhorar e evoluir, não deixa, em todo o caso, de ter os seus quês. Quanto mais estritamente competitivo foi o ambiente de desempenho das instituições, mais restritivas serão, naturalmente, as normais da partilha. Em teatro de conflito, universalizar a natureza e as capacidades dos recursos estratégicos de uma entidade pode, até, representar muito mais do que a perda das aptidões diferenciadoras e de superiorização, relativamente à concorrência em campos específicos. E daí que - bem o sabemos hoje, no Benfica - indivíduos desprovidos dos mais básicos escrúpulos, movidos pela inveja e pela ganância, não hesitem em atacar, por todas as vias ilícitas e seja a que preço for, as fontes mais reservadas do conhecimento e os modelos das melhores práticas em vigor nas mais capacitadas instituições, com o único sentido de alcançarem tudo quanto, em termos de concorrência legal, jamais poderiam alcançar.
Por isso é tão cuidadosamente preservado de olhares indiscretos o Caixa Futebol Campus. Aberto exclusivamente em horários de jogos das equipas de formação no futebol e com circulação limitada aos circuitos dedicados aos respectivos campos, ou então, em ocasiões muito especiais extraordinariamente determinadas pela Benfica, SAD, até aqui, os Benfiquistas apenas esporadicamente têm podido entrever através de reportagens dos jornalistas da BTV não mais do que algumas dependências e espaços de trabalho e alguns dos mais conhecidos utentes do extraordinário campus de estádio do Sport Lisboa e Benfica. Mas creio poder deixar aqui escrito que, mantendo-se naturalmente a necessária reserva de domínio, algo vai mudar em breve, de modo a que o universo dos Benfiquistas mais dedicados possa melhor conhecer e mais se orgulhar da espantosa nova realidade que já é hoje o Caixa Campus, no Seixal.
Menos de dez anos depois da inauguração, a capacidade de sonho do presidente Luís Filipe Vieira não só não se esgotara no primeiro modelo desenhado para o já vastíssimo complexo de treinamento como se foi constantemente desenvolvendo, com base nas permanentes análises de execução e performance. E agora, aos doze anos de vida do complexo, os equipamentos de hotelaria, de gestão administrativa, técnica e física, assim como os espaços de treinamento de equipas, beneficiam de um impressionante segundo impulso de redimensionamento (que não será o último...), aumentando capacidades e valências, de forma a consolidar as melhores condições para a formação integrada de muitos mais novos atletas de estirpe e de estágios e treinos para as equipas de elite do Sport Lisboa e Benfica.
Enquanto director do nosso jornal, na passada sexta-feira foi-me dada a rara oportunidade de revisitar, com Leonor Pinhão, o Centro da Quinta da Trindade, no Seixal, onde tinha estado pela última vez havia três anos. Fomos fraternalmente recebidos e conduzidos por Rui Costa, num demorado circuito de cinco horas: percorremos todas as instalações e departamentos; observámos todos os mil e um equipamentos de toda a natureza; pudemos mesmo assistir a um momento do treino da equipa principal; e tivemos ensejo de conviver pessoalmente com especialistas e profissionais de muitas áreas de trabalho e até com alguns dos nossos craques. Por fim, depois de nos cruzarmos com o presidente, lográmos um extenso, muito esclarecedor e esperançoso encontro com o treinador Rui Vitória, em que, além de Rui Costa, participaram ainda Tiago Pinto, Luís Bernardo e Ricardo Lemos.
Falámos muito do Benfica no presente e, positivamente cativado pela serenidade de todo aquele ambiente de futuro, compreendi mais claramente como é possível que mesmo os mais remotos novos desígnios agora apontados por Luís Filipe Vieira venham a cumprir-se como realidades próximas. Que grande Benfica termos, nós todos, ali, nas nossas mãos!"
José Nuno Martins, in O Benfica
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