"André Gomes é caso peculiar. É, aos 24 anos, campeão europeu por Portugal. Tem no currículo um título de campeão nacional (pelo Benfica, em 2013/14), uma Taça de Portugal (também pelos da Luz, no mesmo ano, decisivo com grande golo na meia-final frente ao FC Porto), uma Taça da Liga, uma Taça do Rei e uma Supertaça de Espanha. Joga, desde 2016/17, no Barcelona, para muitos o melhor clube do Mundo. É, sem dúvida, um dos grandes jogadores portugueses desta geração, como se prova facilmente pelo facto de nunca Fernando Santos prescindir dele na Selecção.
Apesar de tudo, André Gomes continua a ser olhado de lado por boa parte dos adeptos portugueses. Que dele falem mal em Espanha - onde criticar jogadores portugueses é quase um hobby - não se estranha, que seja desvalorizado no seu próprio país já é outra conversa. Na entrevista que A Bola hoje publica, o jovem médio português fala de forma aberta sobre quase tudo. Da formação no FC Porto, da passagem pelo Benfica - de onde saiu, percebe-se sem mágoa -, dos bons momentos no Valência e do ano difícil que viveu em Camp Nou. Sobre tudo o que se diz dele, tem frase que resume tudo: «Jogar no Barcelona não é para todos». E não é mesmo. André Gomes pode não ter o estatuto de Cristiano Ronaldo, mas devia ser motivo de orgulho para os portugueses. Ele e todos os que colocam as cores da Bandeira Portuguesa nos balneários dos melhores clubes do Mundo. Mas por cá quase tudo funciona ao contrário e em vez de se desejar o sucesso das nossas grandes figuras fica-se a torcer pelo seu insucesso - muitas vezes só porque vestiram a camisola de um clube com quem não se simpatiza. É sentimento muito luso este, que faz com que nem Cristiano Ronaldo seja consensual. Ele há com cada coisa..."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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