"Dos resultados práticos da reunião que juntou Conselho de Arbitragem e clubes apenas teremos noção mais para a frente, embora os primeiros sinais pareçam indicar que pouco mudará: quem se queixa continuará a queixar-se, os árbitros defender-se-ão como podem, sabendo que de nada lhes servirá darem murros na mesa e dizerem não admitir servir de bodes expiatórios. Continuarão a sê-lo. Mesmo que se divulguem as análises da Comissão Técnica aos lances mais polémicos (e é bom que o façam), estarão sempre sujeitos às análises da bancada - enquanto cresci dizia-se que todos tínhamos um bocadinho de treinadores, mas as tácticas interessam cada vez menos - e dos que vêem as coisas sempre com o olhar que lhes convém. Aliás, começou já ontem...
Ainda assim, duas medidas importantes para o futuro saíram do encontro:
1.º A divulgação dos relatórios dos árbitros é mais um passo para a transparência. Passaremos a saber as razões que levaram à tomada de uma decisão e o que motivou, por exemplo, a expulsão de jogadores, treinadores ou dirigentes quando não são claras. Claro que logo aparecerá quem apelide o árbitro de mentiroso, que ouviu mal, mas pelo menos teremos uma noção mais clara do que se passa dentro do campo. E fora dele também. E ainda nos vamos rir um bocado...
2.º Todos parecem ter estado de acordo quanto à necessidade de sanções mais pesadas para quem se refere às arbitragens em tons excessivos, como acontece noutros países, ou para quem for expulso por palavras aos árbitros. Porque os regulamentos que temos neste momento são nesse capítulo ridículos e deixam as portas escancaradas aos exageros que transformam o nosso futebol num circo. Agravar as sanções é, pois, o único caminho possível. Se avançar é outro passo importante, claro. Mas coloco algumas reservas. Porque quem aprova os regulamentos são os clubes. Que nunca aprovam nada contra eles..."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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