"Os responsáveis pela arbitragem profissional reuniram-se com os clubes, deram explicações e prometeram mais transparência. Também disseram que não aceitam que os árbitros sejam usados em operações de branqueamento de insuficiências alheias. Porém, o problema que existe é de fundo e não resistirá a um qualquer penalty mais polémico. A mentalidade vigente em Portugal continua a privilegiar a desculpa fácil e a desresponsabilização constante, escondendo-se na culpa do bode expiatório. É evidente que a utilização de árbitros menos preparados e por isso mais sujeitos ao erro, em jogos de maior índice de dificuldade, também não ajuda. E o secretismo dos relatórios e das notas dos observadores só adensa uma teoria da conspiração que só a transparência derrota em toda a linha.
Neste momento, em Portugal, para minimizar danos e desarmadilhar discursos mais perversos, os responsáveis pela arbitragem deviam explicar as nomeações, mostrando à opinião pública que muitas vezes estão manietados pelo protocolo vigente; depois, seria necessário, muito rapidamente, haver acesso on-line as relatório do árbitro e à nota que este recebeu e porquê.
Concordando-se ou não, a explicação técnica dada para os casos de alegadas grandes penalidades no último derby foi corajosa e pedagógica e esse é o caminho a seguir. Os árbitros e os seus dirigentes devem abandonar a torre de marfim onde historicamente têm vivido e comunicar com os adeptos. Mas há mais: os responsáveis dos clubes que procurarem condicionar os árbitros não podem ficar sem punição. E a questão das ameaças físicas muito menos. Doa a quem doer..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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