"Já aqui enalteci as qualidades de Nélson Évora. Em Janeiro de 2012, escrevi, nesta coluna, que Évora orgulha Portugal e é um desportista exemplar e generoso. E, mais tarde, em Março de 2015, referi que, face a um longo período de lesões e cirurgias, sempre exprimiu o equilibro e a persistência não apenas física, como psíquica e mental, que moldam os verdadeiros campeões.
Acontece que, agora, Évora surgiu nas notícias não por uma vitória ou medalha, mas por ter sido anunciada a sua transferência do Benfica para o Sporting. Ao que tenho lido, há uma querela jurídica sobre o direito de opção por parte do SLB. Não ponho em causa o seu desejo de mudar, por razões que serão sinceras e vantajosas, nesta fase de ocaso da sua carreira. Nem retiro uma palavra ao que antes enalteci sobre o atleta.
No entanto, acho que há um ponto em que Évora falhou: o sentido mais profundo de gratidão, cada vez mais escassa nesses tempos. Foi no Benfica que, em 12 anos, alcançou os êxitos olímpicos, mundiais e europeus. Foi no Benfica que recuperou de uma grave lesão que quase o levou a terminar a carreira. Embora tendo lido, com agrado, a sua reacção nas redes sociais, teria sido, igualmente, mais elegante e decente não se ter prestado a ser instrumentalizado e apresentado no intervalo de um jogo de futebol, qual troféu de caça nesta doentia guerra entre os dois lados da Segunda Circular. E, também, porque na semana passada, quando foi apresentada a lista do presidente do até agora seu clube e entidade patronal, Luís Filipe Vieira, Nélson Évora decidiu livremente fazer parte da sua Comissão de Honra.
Enfim... é o Outono!"
Bagão Félix, in A Bola
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