"1. Não é segredo que o futebol vive, e nalguns casos intensamente, num modelo capitalista. É aquilo que muitos referem como a indústria do futebol. Portugal não foge a esta realidade.
2. Depois de experiências passadas, não muito bem-sucedidas, avolumam-se notícias que dão conta de que investidores chineses, russos, brasileiros e ainda 'fundos de jogadores', apostam em clubes portugueses. As notícias referem, por exemplo, o Pinhalnovense, o Torreense, o Atlético, a União de Leiria e o Desportivo das Aves.
3. Este é um fenómeno novo quanto aos destinatários do investimento. Além dos fluxos financeiros tidos por normais ao nível das grandes e médias sociedades desportivas, o foco vira-se para participantes no CNS.
4. Que razões estão por detrás deste interesse? Do lado de quem recebe os financiamentos, com a correspectiva perda de poder nos destinos da entidade, representa uma forma de manter o clube viável, desde logo ao nível competitivo, ultrapassando dificuldades económicas urgentes.
5. Do lado dos investidores, que não são mecenas, alguns assumidos publicamente: tornar o clube montra de jogadores para aguçar 'apetites'. É indisfarçável que os 'fundos', agora proibidos pela FIFA, passaram a adoptar outras formas de funcionamento, entre as quais a 'aquisição de clubes'.
6. Este panorama parece ser desejado por ambas as partes, pelo menos no início da parceria. Mas existem perigos. Relações deterioram-se em alguns casos. As organizações não podem deixar de estar atentas a este rumo e a eventuais desvios dos princípios que devem orientar as competições desportivas.
7. Voltaremos em Setembro. Votos de um bom Agosto."
José Manuel Meirim, in A Bola
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