"Quando Bruno de Carvalho surgiu no espaço público, temi que fosse um Vale e Azevedo em versão jovem.
Mas os seus primeiros passos na presidência do Sporting fizeram-me reconsiderar. A forma expedita como ultrapassou o problema da dívida à banca, o pragmático corte de despesas, a aposta na formação conseguindo apresentar uma equipa competitiva, pareciam o início de uma caminhada segura no sentido certo. Bruno de Carvalho mostrava iniciativa, autoridade e perseverança.
Este ano, contudo, o jovem líder está a dar razão às minhas intuições. Toda a sua acção tem contribuído para desestabilizar o grupo de trabalho. A sua continuada presença no banco é um tremendo erro. No banco, a máxima autoridade tem de ser o treinador. Ao sentar-se lá, Bruno de Carvalho parece estar a vigiar o trabalho e as opções do técnico - e isso mina a autoridade deste perante os jogadores e os adeptos.
E é surreal, depois de o presidente, o treinador e os jogadores terem estado juntos em campo, Bruno de Carvalho vir recorrer às redes sociais ou aos meios de comunicação para lhes enviar recados. Quando disse que eles 'não tinham sido dignos da camisola do Sporting'. ou que a 'exigência tem de aumentar', Bruno de Carvalho disparou sobre todos, indistintamente.
E quando afirmou que assume as suas responsabilidades no rendimento insuficiente da equipa, o que quis dizer foi: 'Eu assumo as minhas, os outros assumam as deles'.
Dizem-me que Marco Silva já pediu duas vezes a demissão. Não me espanta. É muito difícil trabalhar com uma pessoa assim. E a lição a tirar desta história é que a natureza das pessoas acaba sempre por vir ao de cima."
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