"O Benfica entrou mal na Champions. O Zenit, a mais apetrechada equipa do grupo, venceu com merecimento. Se tantas vezes dizemos que os últimos 15 minutos podem ser decisivos ou fatais, este jogo relembrou-nos que os primeiros minutos são igualmente decisivos ou fatais.
Claro que o Benfica desta época (pelo menos por agora) é, na Europa do futebol, inferior ao do ano passado. E quis o acaso do sorteio que não lhe tenha calhado pelo menos uma das equipas marcadamente figurantes. Esta derrota, na Luz, diminui mas não anula a possibilidade de se chegar aos oitavos de final.
Paradoxalmente, a desilusão que me invadiu aos 20 minutos de jogo foi-se transformando numa serenidade não conformista, antes esperançosa. Ou seja, reconhecendo o inegável mérito do adversário, esta derrota limitou-se a ser só isso: uma derrota. O Benfica, ainda que com 10 jogadores, passou a jogar com qualidade e estoicismo e a evidenciar que tudo poderia ter sido diferente.
Umas notas adicionais sobre este jogo: primeiro, o quanto me perturba o excesso de passes laterais na defesa com o oponente a pressionar alto. Assim se sofreu o primeiro golo. Segundo, a falta que faz o Garay com a agravante de estar do outro lado.
Por fim (mas mais importante), realço o comovente e caloroso apoio dos adeptos que quase me fez pensar que estava num belo jogo passado em Inglaterra. Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira sublinharam também esta sublime face da partida. Atitude quase inédita em Portugal, seja em que estádio for. Foi bom, muito bom mesmo e os jogadores devem perceber o que isso significa e responsabiliza neste dealbar da época."
Bagão Félix, in A Bola
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