"Já aqui escrevi sobre a decisão corajosa de o Benfica cortar com o protectorado monopolista dos direitos televisivos, com assinaláveis implicações no coração do sistema.
Sabemos agora mais: que a Benfica TV vai sair do seu casco e transformar-se num canal pago. E que já assegurou os direitos da Liga Inglesa para as próximas épocas.
Uma estratégia sedutora e certeira, dada nos propósitos e bem delineada nos pressupostos. Mas contendo uma não negligenciável dose de risco, sobretudo pelo momento do seu arranque. Tempos de retracção económica, de rarefacção do mercado publicitário, de desemprego, de diminuição do rendimento familiar.
Li que o valor mensal de assinatura do canal não será superior a 10 euros. Partindo deste valor, 200.000 assinantes darão uma receita anual de 24 milhões de euros, montante superior ao oferecido pelo actual detentor de direitos e não considerando as receitas com publicidade.
Há risco de não se atingir tão rapidamente este número de assinantes? Sim. Primeiro, porque assinante quer dizer famillas ou estabelecimentos e não pessoas individuais, o que torna o objectivo mais difícil. Segundo, porque apesar de uma mais rica e diversificada oferta, o canal continuará a ser visto como hostil pelos adeptos dos rivais. Terceiro, porque a subscrição da Benfica TV não implica necessariamente que se saia de outros operadores (jogos do SLB fora de casa ou na Europa e outras competições), pelo que o custo pode ser cumulativo para os assinantes, pese embora a provável desvalorização e preço da Sport TV.
Se tiver êxito – como espero - é bom para o meu clube... e para a verdade desportiva."
Bagão Félix, in A Bola
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