"A semana passada foi a semana Armstrong. A da morte do primeiro homem a ir à lua, Neil Armstrong e a da decisão do ex-ciclista Lance Armstrong de desistir de provar a sua versão da outra face da lua no caso de alegado doping, depois de durante anos e anos ter estado nos píncaros da lua.
Sempre nutri admiração pelo heptacampeão americano. Sobretudo por causa da notável capacidade de luta e de coragem com que ultrapassou uma grave doença.
Não sei - se é que alguma vez saberemos - a verdade sobre as sofisticadas formas de dopagem de que foi acusado. Mas custa-me entender que tendo sido sujeito, sem mácula, a inúmeros controlos durante tantos anos nas mais importantes provas, tenham agora sido validados não dados insofismáveis mas testemunhos de ex-colegas a troco de bónus de arrependimento e não só. É até curioso saber-se que foi o colega Floyd Landis, o primeiro a acusá-lo, 4 anos depois(!) de lhe ter sido retirada a vitória por controlo positivo no primeiro Tour depois dos 7 ganhos por Lance...
Tudo isto marcará fortemente o ciclismo. Como no sofisticado mercado financeiro em que o polícia sabe menos que o vigário, também na dopagem a técnica de falsear a verdade quase sempre está à frente da técnica de a detectar.
Como conciliar a absoluta necessidade de erradicar a batota com a melhor ponderação das circunstâncias que evitem um fundamentalismo sanitarista em que um ciclista pode cair? Ou, pegando numa ideia de José M. Delgado no editorial de há dias, como distinguir a verdade de mentira da mentira da verdade? De outro modo, caminhar-se-à para um colapso no ciclismo. E não só..."
Bagão Félix, in A Bola
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