"O leitor não sabe disto, mas vou revelar uma confidência: neste momento em que escrevo, a malta do jornal está toda à minha espera para poder fechar a edição deste semana. Fiz questão de escrever a crónica só depois da estreia na Liga dos Campeões, mas assim que o jogo acabou eu não conseguia sequer levantar-me do sofá, quanto mais sentar-me à mesa e ligar o computador. Não há como esconder: o resultado foi uma desilusão. De comando na mão, já puxei o jogo cinquenta e oito vezes atrás até ao lance do Cervi, e não há meio de aquele bola entrar. Amanhã tenho um casamento, o que significa que me vou enfartar de moelas, brigadeiro e, se tudo correr bem, golos do Benfica.
Quando foi anunciado o dia do duelo com o Moreirense desta sexta jornada, ainda tentei sensibilizar a noiva para adiar o casamento para domingo ou, se não houvesse vaga, para 2023, mas nem eu nem o noivo conseguimos convencê-la. Ainda guardo uma secreta esperança de que desistam do casamento a tempo de eu poder marcar presença em Moreira de Cónegos, e até estou convencido de que o noivo partilha do mesmo desejo. Em último caso, prevejo que uma forte de cabeça me obrigue a ausentar da quinta durante um par de horas - oxalá o RDT funcione como um ben-u-ron para que eu ainda volte com vontade de atacar a mesa das sobremesas.
Pelo sim, pelo não, já enviei uma encomenda para o Estádio da Luz com 30 pacotes de ketchup. Conto com os meus amigos do jornal para iludirem a equipa se segurança, entrarem no refeitório às escondidas e despejarem os pacotes todos no pequeno-almoço do RDT. Ainda não marcou nenhum golo, mas, depois de conseguir o primeiro, tenho fé de que vai fazer um póquer em todos os jogos."
Pedro Soares, in O Benfica
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