"Alianças nem com mostarda. Entendo que se há boas relações institucionais entre os clubes, os presidentes se devem sentar lado a lado, agora, alianças nem vê-las. Uma coisa é a civilidade que deve nortear o comportamento dos dirigentes para que o clima seja saudável e arejado, outra, empurrar para trás algumas rivalidades sanguíneas quando está em discussão a indústria e o negócio. Diferente é uma política de alianças, sejam elas estratégicas ou puramente tácticas pelo momento que se vive.
Cada clube tem a sua identidade e deve orgulhosamente só patentear os seus valores e a sua história, ter poder para influenciar, escolher o momento para tirar o pé e serenar, bem como outro momento em que é preciso ser feroz e agressivo na defesa dos seus interesses. Tal como os treinadores fazem ‘mind games’, também todos sabemos que há tempos em que se deve carregar no botão dos factores envolventes que podem condicionar o desfecho de uma partida. Porém, guerra aberta todos os dias da semana é contraproducente e banaliza o efeito das mensagens que devem ser nevralgicamente cirúrgicas e quanto a alianças anti-natura já sabemos que estão condenadas à nascença, ainda mais quando a classificação da Liga é competitiva. Por isso está morta a aliança Sporting-Porto.
Que se desiludam as carpideiras contra os meios tecnológicos que toda a gente de bom senso já percebeu que o VAR pode ajudar a verdade desportiva. Vai haver erros, também suspeitos do costume, mas este é um caminho de pedras daquelas que se vão guardando para construir um castelo, como diria Fernando Pessoa. As polémicas são uma constante, não há descanso nem com jogos de Selecção e, por vezes, enterram-se rapidamente jogos espectaculares, verdadeiros hinos ao futebol, sob uma cortina de ferro de declarações avulsas que espelham a insensatez de quem dirige as coisas e ganharia imenso em estar calado.
A FPF gasta um milhão de euros no VAR e já renovou por mais um ano a aposta. Cabe agora melhorar diversos aspectos, especialmente quanto à comunicação da explicação das decisões. Vamos ao râguebi e ao futebol americano que usam semelhante tecnologia e vemos que a virtude é que o árbitro que lidera a equipa comunica para todo o estádio, claramente, depois de ver e ter ouvido a restante equipa que se encontra na sala de observação. E é aqui que em Portugal ainda se falha nestes primeiros passos. Há a paragem do jogo, a consequente decisão, mas quem está na bancada não sabe o que motivou tal veredicto. Para além do mais têm acontecido problemas técnicos que não podem ocorrer, omissões na divulgação dos relatórios que devem ter critérios uniformes e não serem exibidos consoante os caprichos de quem manda e, por último, em caso de incompetência expressa não pode haver pudor em punir e castigar quem erra grosseiramente. Com estas melhorias, o VAR veio para ficar."
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