"Com a qualificação para o próximo Mundial já garantida, a Selecção Nacional aproveitará os jogos particulares com a Arábia Saudita e EUA para testar novos jogadores e avaliar a prestação de alguns nomes que poderão vir a ser soluções preciosas no futuro. Uma pausa nas competições internas que, espera-se, poderá ajudar a arrefecer o quente clima de guerrilha que se começa a alastrar pelo futebol português.
O foco cada vez maior em polémicas está a retirar espaço àquilo que mais interessa: o jogo jogado dentro de campo e as suas principais estrelas: jogadores e treinadores. Um cenário em que são os directores de comunicação dos clubes e os comentadores televisivos a terem o papel principal nos escaparates, a fomentar discussões e controvérsias, é indício de que as coisas não estão no sítio certo ou, pelo menos, não são como deveriam ser.
Valham-nos estes momentos em que joga a Selecção para podermos respirar futebol e falar daquilo que verdadeiramente interessa. E sobre Portugal, é bom recordar que Fernando Santos, no espaço de dois anos, encabeçou um processo de renovação do grupo, tendo conseguido manter sempre um nível competitivo alto, comprovado com a conquista do Euro’2016, qualificação directa para o Mundial’2018 e a prestação honrosa na última Taça das Confederações.
Ao núcleo duro da Selecção foram sendo acrescentados novos elementos que, neste período, ganharam experiência internacional e espaço cada vez maior nas contas do seleccionador. Jogadores como William Carvalho, João Mário, André Gomes, Danilo Pereira, Cédric Soares, Raphael Guerreiro, Bernardo Silva e André Silva, entre outros, são hoje peças importantes para a equipa e conquistaram o seu lugar junto de outros elementos mais experientes.
Mas este é um processo que nunca está terminado, pelo que o trabalho de renovação é constante. E, nesse sentido, o seleccionador tenta perceber, dentro do quadro de jogadores que tem à sua disposição, quais aqueles com quem pode contar no imediato, mas também no futuro. E estas partidas ‘amigáveis’ são propícias para se começar a integrar e avaliar novos elementos.
Neste ‘casting’ constam 8 atletas que nunca foram internacionais A e alguns jovens que começam a dar os primeiros passos na Selecção principal. Após o Mundial’2018, o trio normalmente escolhido para o centro da defesa terá idades acima dos 34 anos – Pepe (35), Bruno Alves (36) e José Fonte (34) – pelo que se torna importante encontrar alternativas que possam vir a suceder aos atuais titulares. Deste modo, os agora convocados Ricardo Ferreira e Edgar Ié podem vir a ser duas das apostas a médio prazo e será importante vê-los em acção. Por seu lado, Ricardo Pereira e Kévin Rodrigues podem alargar o leque de opções para as laterais.
Além disso, há jogadores em excelente momento de forma nos seus clubes que veem premiado o seu rendimento. São os casos de Rúben Neves, Bruno Fernandes, Rony Lopes, Gonçalo Guedes e Bruma, que poderão mostrar que podem ser opções para o seleccionador e, quem sabe, ganhar um lugar nos eleitos que vão à Rússia no próximo verão.
Os jogos de hoje (Arábia Saudita) e terça-feira (EUA) terão também um carácter solidário de apoio às vítimas dos incêndios recentes e é bom que o futebol, enquanto modalidade seguida por milhões de pessoas, assuma este papel mobilizador na sociedade. E também aqui é dado o exemplo de como este desporto deve fomentar o respeito e a cordialidade, algo muito diferente do que se está a ver nas competições internas.
O Craque -- Um reforço a sério
Neste momento, e depois de o vermos em actuação, já se pode afirmar que Marcos Acuña é um dos melhores reforços da temporada na liga portuguesa. A influência do internacional argentino no futebol do Sporting foi imediata. É um dos jogadores nucleares da equipa leonina. Jogador aguerrido, que não dá uma bola como perdida, com boa técnica e posicionamento, tem sido muito influente no último passe e também no capítulo da finalização. O médio ofensivo/extremo vai agora parar por lesão e Jorge Jesus terá de encontrar maneira de minimizar o impacto da sua ausência.
A Jogada -- Boa entrada no Champioship
Depois da saída do FC Porto, Nuno Espírito Santo assumiu o ‘risco’ de treinar o Wolverhampton, equipa do Championship (segundo escalão inglês), uma prova extremamente competitiva com vários clubes a lutarem pela subida à Premier League. Com 16 jornadas decorridas e a liderança isolada na competição, a experiência do técnico tem sido positiva e a candidatura à promoção parece possível. Numa equipa onde conta com 7 jogadores portugueses, Nuno está no bom caminho para se poder vir a juntar a José Mourinho e Marco Silva na liga inglesa.
A Dúvida -- Krovinovic: será ele a solução?
Foi um dos jogadores em destaque no futebol português ao serviço do Rio Ave, na época passada, e agora que deu o ‘salto’ para o Benfica, depois de um natural período de adaptação. Filip Krovinovic parece estar preparado para assumir um papel importante no meio-campo do Benfica. A estreia a titular frente ao V. Guimarães deixou sinais positivos e, face à dinâmica que o médio croata pode trazer às águias e à melhoria de uma qualidade de jogo que não tem aparecido na equipa do Benfica, poderá a solução passar por este jogador?"
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