"Este desfecho foi também a afirmação de um trabalho construído na base de muito empenho e muita capacidade profissional e, por acréscimo, o reconhecimento de um grupo de qualidade orientado por um técnico de excelente craveira.
Correspondendo a previsões instaladas no país do futebol, o Benfica encerrou ontem a temporada arrebatando o último troféu, a Taça de Portugal.
O adversário, o Vitória de Guimarães, embora perdendo, não saiu apoucado do embate do Estádio Nacional, onde perdeu pela diferença mínima, após um jogo muito prejudicado pela forte bátega de água que fustigou o Vale do Jamor durante uma boa parte da tarde.
Não tivemos o jogo de qualidade que se esperava e justificava, dada a qualidade das equipas em presença. Só que, em circunstâncias como esta, há muitas razões que justificam por vezes um maior empenho no resultado do que propriamente na qualidade.
E foi isso que aconteceu. Tivemos uma primeira parte que praticamente não aconteceu, e um arranque fulgurante do Benfica no segundo tempo que lhe valeu um golo logo aos três minutos e a repetição da dose seis minutos depois.
E aí ficou instalada a sorte do jogo, ainda que a doze minutos do fim, o Vitória tenha conseguido reduzir a diferença. Ficou assim reposta uma boa parte da verdade do jogo, ganho com justiça pelo já campeão nacional.
Este desfecho foi também a afirmação de um trabalho construído na base de muito empenho e muita capacidade profissional e, por acréscimo, o reconhecimento de um grupo de qualidade orientado por um técnico de excelente craveira, capaz de unir uma equipa e mantê-la coesa até ao derradeiro pontapé na bola.
Só por manifesta má vontade não serão compreendidos e aceites os sucessos do Benfica na época que agora termina.
E, cremos, há também boa razões para que a concorrência mais directa não se distraia e, muito menos, deixe adormecer."
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