"O Mundial de futebol de 1998 marcou o início da padronização dos critérios quanto aos marcadores dos golos. O princípio, claro e justo, pretendia premiar a iniciativa atacante, atribuindo a quem rematava enquadrado com a baliza a autoria do tento. Para chegar a este resultado, a FIFA trabalhou com peritos, ex-jogadores e treinadores, que estavam abalizados a produzir doutrina.
Aos árbitros, que já têm tanto com que se preocupar, não deve ser pedida, ainda, a responsabilidade adicional se serem os decisores de quem é que marcou o golo, porque não estão tecnicamente habilitados para tal.
Na última jornada da Liga, Vinícius, do Benfica, rematou para a baliza do Marítimo e, em desespero, já perto do risco fatal, um defesa insular mais não fez do que confirmar o golo. Interpretando correctamente os ditames da FIFA, quase toda a gente atribuiu o golo a Vinícius. Apenas o árbitro Fábio Veríssimo marchou com o passo trocado e decidiu que tinha sido um autogolo, o que mostra que pode conhecer as leis, mas não percebe minimamente o jogo. E sem perceber o jogo, como sucede a muitos árbitros de aviário, nunca poderá ter bons desempenhos...
Aqui chegados, não seria de bom tom que a Liga de Clubes, para evitar que as estatísticas oficiais fiquem adulteradas (porque tanto para a Bola de Prata quanto para a Bota de Ouro o que releva é a opinião do jornal A Bola...), aliviasse os árbitros deste fardo de serem eles a decidir quem é o autor do golo e entregasse as situações que podem envolver alguma polémica (e nem é o caso em apreço, tão claro que ele é) a um painel que percebesse o que está em causa? Fica a sugestão..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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