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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Sabe quem é? Do ginásio, o nome... - Ferro

"Há quem lhe veja o Chiellini no corpo, há quem lá lhe veja o Hummels; Da mensagem para Mafra, o futuro em grande

1. Não, não é pelo nome que tem no BI que vai deixando, cada vez mais, o destino em grande a seus pés - pois o que tem no BI é Francisco Reis Ferreira. Nasceu em Oliveira de Azeméis, por Março de 1997 - nas escolinhas do Oliveirense se lançou ao futuro: andava pelos oito anos. Por essa altura, era por Kiko que o tratavam (como Kiko haveria de jogar mais algum tempo, cada vez melhor).

2. Num fogacho lhe apareceu Benfica a atirar-lhe a rede - por ser «muito novo ainda» acertou-se que não iria, desde logo para Lisboa, ficaria cedido a clubes da zona por protocolo. Primeiro foi o Estarreja, depois foi o Taboeira. E conta-se que quem o viu jogar numa vitória por 8-1 diante do Beira-Mar abriu a boca de espanto - o espanto de «ver miúdo» a jogar daquela maneira: «patrão na área, tão seguro a defender e capaz de sair para o ataque sem pôr a equipa em perigo, como se, no fundo, já tivesse 20 anos - ou mais...»

3. Está lá, no Taboeira, obrigava-o a fazer quase todos os dias viagem de Oliveira de Azeméis - e eram os pais que o levavam ao treino, com ele voltavam. Como, na equipa, havia outro Kiko, o Kiko Rodrigues - alguém, entusiasmado com o seu «desejo de trabalhar», o querer passar horas a fio no ginásio a «puxar muito ferro», pôs-lhe alcunha de que nunca mais se descolou de si (e sim, assim o tratam...)

4. Aos 14 anos foi, enfim, para o Seixal. Às selecções chegou nos sub-17 (do Europeu saiu no seu 'Onze Ideal') - e emprestaram-no ao Casa Pia AC. Lá, não mostrou apenas o seu carácter, mostrou a sua classe - esse carácter e classe que fizeram com que Sérgio Ferreira, seu treinador no Taboeira, o comparasse a Chiellini: «líder inato, com muita segurança e agressividade, precisão no passe longo, eficácia na antecipação e no jogo aéreo».

5. Pouco tempo foi o tempo que o Benfica o deixou no Casa Pia AC, seis meses após chegar recebeu ordem de regresso - e nos juniores continuou a fazer em fulgor caminho que André Gonçalves, que com ele jogava no Taboeira, comparou a Hummels (quando Bruno Lage já o tinha transformado numa das suas pérolas - e já não no Benfica B): «Tem técnica apurada, sabe ler o jogo e sair com bola controlada sempre bem. Forte no jogo aéreo, faz golos - há poucos centrais que aliem tão bem como ele esse equilíbrio entre força e técnica».

6. Para Jean Ferreira, o irmão que é treinador em Oliveira de Azeméis, a passagem pelo Casa Pia AC foi lição: «Percebeu que apesar de tudo que já tinha acontecido com ele no Benfica, existia realidade mais abaixo - pelo que aprendeu a dar ainda mais valor ao que o Benfica lhe oferecia ou lhe poderia oferecer». O que não demorou que o Benfica lhe oferecesse - foi o sonho que se lhe ateara de pequenino: «jogar pela equipa principal».

7. A equipa B do Benfica estava a jogar em Mafra - e a Renato Paiva chegou a mensagem. Os mais atentos surpreenderam-se que tivesse, num ápice, colocado Kalaica no seu lugar. Tirou-o de jogo porque, sem poder com Conti, Bruno Lage lhe mandara dizer que o queria na lista de convocados para a primeira mão das meias-finais da Taça. Aos 38 minutos do jogo com o Sporting, lesionou-se o Jardel e foi ele para o seu lugar. Benfica venceu por 2-1, Lage afirmou-o: «Em determinado momento senti que devia ter feito outra substituição. Assim ganhámos um jogador, como eu tinha dito, os reforços do Benfica estão em casa - e ele deu grande resposta».

8. Não, não se limitou a mostrar-se também ele defesa de selecção A - nos três primeiros jogos, fez dois golos. Nada que espantasse Jean Ferreira: «É central goleador, algo que demonstra desde pequeno, sempre teve aptidão pelo golo». E, claro: quando Jardel recuperou enfim da lesão - foi ele que continuou lá, na defesa do Benfica, ao lado de Rúben Dias (essa dupla que vinha de antes, muito antes, do Seixal - e a que Bruno Lage continuou a dar o destino que se sabe, o destino que se imagina...)

9. O seu terceiro golo no Benfica, foi um... golaço (remate à entrada da área), o primeiro que marcou na Europa - abrindo, assim, caminho à eliminação do Dínamo de Zagreb. Nesse mês, treinadores escolheram-no com o Melhor Defesa de Março na Liga. E não muito depois, já o Mirror anunciava que Jurgen Klopp o tinha debaixo de olho..."

António Simões, in A Bola

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