"1. O V. Guimarães-Benfica, do último domingo, e o emergir do talento de Krovinovic, fez recuperar um debate que se pensava encerrado desde as primeiras semanas da ‘era Rui Vitória’ na Luz. A questão é complexa, mas até se adequa a todos as equipas com caudal ofensivo assinável que actuem em 4x3x3 (ou 4x1x4x1, se quisermos) e não disponham de um ponta-de-lança de raiz como elemento mais avançado. No Benfica é que talvez não se abordasse o tema de forma contínua desde os tempos de João Vieira Pinto...
Jonas tem de ser intocável. Trata-se ainda, e de forma indiscutível, do melhor jogador do Benfica. E nem sequer é necessário recorrer à estatística – em que esmaga no item mais importante, o dos golos – para se chegar a essa óbvia conclusão. Basta assistir aos jogos. Desta forma, e Rui Vitória cedo percebeu isso, terá de ser o sistema táctico a adaptar-se ao seu jogador mais importante e não prescindir dele em detrimento de um substituto menos competente. Salvo qualquer problema de ordem física, haverá assim de encontrar mais 10 jogadores para completar o onze.
Na Luz, e frente a adversários que baixam o bloco defensivo, reconhecendo implicitamente a sua inferioridade, Jonas deve fazer parceria com um homem de área, Jiménez preferencialmente, no habitual 4x4x2. Nas ocasiões em que é necessário robustecer o meio-campo, como em Guimarães e, certamente, no Dragão, manda a lógica e a sensatez que o brasileiro seja o elemento mais avançado, surgindo-lhe, neste 4x3x3, o apoio através dos alas ou do elemento do miolo com ‘mais chegada à área’.
2. Face ao plantel de que o Benfica dispõe, não restam grandes dúvidas quanto aos sistemas tácticos a utilizar... e poucas mais restam quanto à titularidade de Krovinovic, jogador que tanto pode actuar no miolo como até nas alas, à semelhança, por exemplo, de João Mário. Num 4x3x3, a presença do jovem croata é mesmo indiscutível. Num 4x4x2 tem Pizzi – que, curiosamente, descaído para os flancos também garante jogo interior – como concorrente. Actualmente, e face ao momento de forma do internacional português, o ex-Rio Ave tem tudo para ser o eleito de Rui Vitória. Que Pizzi derive para as alas ou para o banco de suplentes já é uma questão a esgrimir entre o outrora intocável titular do Benfica e os muitos extremos que a equipa ostenta.
3. Nos últimos dias, o ruído em torno dos casos de arbitragem e não só, cresceu de tal forma que acabou com qualquer réstia de esperança relativamente à pacificação do futebol português. É impossível. Os dirigentes não estão interessados nisso, nem nunca estiveram, até porque esta é uma forma de branquearem eventuais insucessos. Mas haverá um dia em que já ninguém lhes liga nenhuma. E eu já não ligo há muitos anos."
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