"Quando em março, após a então clara vitória sobre o V. Guimarães (5-1), na Luz, Roger Schmidt resolveu dar uma semana de férias aos jogadores, também numa paragem para jogos das seleções, foi percetível alguma apreensão dos adeptos. Agora, Schmidt repete a receita, por coincidência de novo após o triunfo, em casa, sobre o V. Guimarães (desta vez por 4-0).
Em março, quando o fez, Roger Schmidt (e mesmo os adeptos mais pessimistas) estaria longe de imaginar que a equipa regressaria desse curto período de férias para viver o mais negro período da época, com um mês de abril marcado (com dureza) pelas derrotas frente a FC Porto (1-2) e Inter de Milão (0-2), na Luz, e, logo a seguir, Chaves (0-1), no campo dos flavienses.
Agora, com estes cinco dias de pausa que concede a todos os jogadores não convocados para as respetivas seleções, esperam, certamente, os adeptos do Benfica que o treinador alemão não ignore o que sucedeu há cinco meses. É verdade que o regresso das águias à competição contempla ainda jogos com Vizela, Salzburg (estreia na Champions) e Portimonense, antes de se repetir (ironia do destino) o duplo confronto com FC Porto (provável dia 29 de setembro) e Inter de Milão (já marcado para 3 de outubro), apenas com a diferença, desta vez, de o duelo com os italianos ser em San Siro, no Giuseppe Meazza, e não na Luz, como em abril passado.
Recordo que naquela altura, quando as águias de Schmidt partiram para o segundo jogo, em Milão, dos últimos quartos de final da Champions, o espírito de equipa, responsáveis e adeptos era atormentado pela possibilidade de o Benfica sofrer histórica quarta derrota consecutiva, evitada, devem os benfiquistas lembrar-se, por aquele golo de Petar Musa, aos 90+5 do jogo em Itália, a definir um 3-3 que talvez tenha sido decisivo para o resto da época dos encarnados e, quem sabe?, para o ataque final na corrida ao conseguido título de campeões nacionais.
Esta é a terceira vez que Roger Schmidt dá descanso a jogadores em tempo de competição. A primeira, foi em novembro do ano passado, quando o mundo se virou para o Mundial jogado no Catar, e no regresso aos jogos, o Benfica também claudicou - empate 1-1 em Moreira de Cónegos, com eliminação da Taça da Liga, e, quinze dias depois, com um valente soco no estômago pela dura e clara derrota em Braga, 0-3, no regresso do campeonato.
Agora, embalado pela expressiva vitória sobre o V. Guimarães, e animado pelos empates de FC Porto e Sporting que deixam, nesta altura, a águia apenas a um ponto dos rivais, Roger Schmidt volta a ser, pelo menos, coerente com a opção de levar os jogadores a ‘desligarem a ficha’ por alguns dias, aproveitando a referida paragem dos campeonatos.
Os adeptos não deixarão de olhar com alguma desconfiança para decisões desta natureza, sobretudo numa altura em que a equipa ainda apresenta naturais problemas de entrosamento pela presença de novos, e decisivos, jogadores no onze, como Kakçu, Dí Maria, Artur Cabral ou mesmo Petar Musa (como no último onze), já para não referir um Aursnes a lateral-esquerdo, ou um Samuel Soares na baliza, que obrigam evidentemente a equipa a jogar, em muitas ações, diferente do que estava habituada.
O que os responsáveis e adeptos do Benfica não deixarão, certamente, de exigir é uma resposta competitiva de treinador e jogadores à altera da forte exigência que se aproxima.
Como sempre, no futebol ao mais alto nível, nada se ganhará em setembro ou outubro. Mas pode perder-se muita coisa. Qualquer grande equipa sabe disso."
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