"Sinto que estava mais bem preparado para o exame nacional de Física ou Química no 11.º ano do que para escrever a crónica desta semana. Não tenho saudade da tabela periódica e dispenso bem analisar esquemas com átomos e moléculas. Porém, estas matérias estão disponíveis para consulta em vários livros, ao contrário de um desperdício de sete pontos do Benfica que não vem leccionado em livro algum. Não vale a pena o leitor procurar, eu próprio já consultei a Biblioteca Nacional. O ensino português preocupa-se demasiado com teoria que nos prepare para o futuro profissional, mas em primeiro lugar deveria assegurar que temos as bases necessárias para sermos capazes de enfrentar obstáculos mais importantes. Qual é o manual escolar que explica detalhadamente como devemos reagir perante um empate com o Tondela ou uma derrota com o Santa Clara na Luz? Como aprendemos a diferir apenas duas vitórias em 13 jogos? Não preciso de aulas para aprender a lidar com recuperações extraordinárias como a da época passada, contudo desconheço a fórmula para me resignar perante uma quebra tão inesperada como a deste ano. Estou cada vez mais apreensivo. Receio que o Benfica não consiga assegurar o único reforço capaz de recolocar o clube num caminho de sucesso. Não estou a falar do Ronaldo nem do Messi, do JJ, do Marco Silva ou do Pochetino. Estou a falar dos benfiquistas. Nós, sim, somos verdadeiramente indispensáveis. A força que faz do Benfica um emblema tão forte. A diferença entre um nulo ou uma vitória com um golo no último segundo no Bessa. Enquanto os estádios estiverem vazios, o Benfica entra em campo em desvantagem."
Pedro Soares, in O Benfica
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