Haverá retorno?

"Infelizmente, o tema principal do fim-de-semana não foi o futebol.

Bruno de Carvalho encarregou-se, mais uma vez, de reclamar para si o grande protagonismo desencadeando mais uma guerra de contornos já muito bem definidos, mas de consequências finais por enquanto imprevisíveis.

Quanto ao jogo, o que verdadeiramente mais interessa, os três grandes seguiram em frente saldando-se por vitória os desafios disputados pelo trio da frente.

A deslocação do Benfica era a que deixava prever maiores dificuldades, não obstante, foi possível regressar a Lisboa da curta viagem à cidade do Sado com três pontos na bagagem.

Os sadinos resistiram quase até ao limite, e só cederam quando estava quase a ouvir-se o apito final. Não foi um jogo de qualidade, mas nesta altura do campeonato interessam mais ao líder os pontos em disputa do que propriamente exibições de luxo.

Os portistas tiveram desempenho mais positivo no Dragão e conseguiram vencer os resistentes avenses sem margem para quaisquer dúvidas. E deixaram o aviso de que estão preparados para o embate que se avizinha e que pode ser decisivo no próximo domingo no reino da águia.

Finalmente, em Alvalade, mais do que o futebol interessou o espectáculo lateral em que também houve vencedores e vencidos. Em primeiro plano, os jogadores e o treinador que capitalizaram abundantemente a seu favor, e por isso tiveram dos adeptos a correspondente apoteose. O derrotado da noite foi, de novo, Bruno de Carvalho, a quem a assistência virou as costas, com apupos e apelos à demissão à mistura.

O dia voltou, aliás, a ser fértil em acontecimentos nefastos para as bandas de Alvalade.

E a guerra que estalou entre o presidente e os jogadores não vai conhecer tréguas nos próximos dias, com consequências nefastas para uma agremiação centenária que merece muito mais respeito.

No meio de tudo isto, e pela positiva, emergiu Jorge Jesus, protagonista dos gestos que evitaram que o desastre assumisse ainda maiores proporções."

Ribeiro Cristóvão, in Rádio Renascença