"Corria o ano de 2005 quando vivi um dos mais belos momentos da minha infância. A 22 de Maio, o Benfica sagrava-se campeão nacional pela primeira vez em onze (!) anos. Para alguns era um reviver. Para mim, nascido em 1994, tratava-se de um acontecimento inédito. Contemplei toda a festa com o deslumbre natural de uma criança que vê algo novo. Na televisão, assistia-se às mais caricatas reacções um pouco por todo o mundo. Havia quem se despisse, sem qualquer pudor, em frente à câmara - infelizmente, apenas homens. Uns mergulhavam em fontes. Outros trepavam postes. Em minha casa, estava um rapazola aos saltos no sofá enquanto agitava a camisola no ar - quando olhei com maior atenção, apercebi-me que era o meu pai. Enfim, um vendaval de emoções.
Participei em visitas de estudo ao Mosteiro dos Jerónimos e da Batalha. Amiúde, cruzava-me com o Castelo de Guimarães. Ainda assim, nada me fascinou tanto quanto o Estádio do Bessa pintado de vermelho naquele dia.
Desde então, todos os anos acalento a esperança de ser campeão no mesmo palco. Como tal, após o sorteio do calendário apressei-me em saber quando íamos ao Bessa. Naturalmente, apesar de reconhecer a complexidade da missão, não será surpresa para o leitor se lhe confessar que tinha a expectativa de ver o Benfica garantir o 'penta' logo à sexta jornada. Gorada essa possibilidade, tenho de me render aos críticos: o Benfica não estão tão forte. Já perdemos dois pontos e restam apenas 87 por disputar. Perante estas assustadoras circunstâncias, é normal que o titulo pareça uma miragem a alguns. Porém - e podem chamar-me louco - eu ainda acredito. Façam o favor de encher o Bessa."
Pedro Soares, in O Benfica
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