"A despromoção de Marco Ferreira, o árbitro que ajuizou a final da Taça de Portugal, para além da surpresa e da interrogação, trouxe a lume o funcionamento do Conselho de Arbitragem (CA) presidido por Vítor Pereira e, em especial, o relacionamento entre a Secção Profissional e a Secção de Classificações (em que avulta a figura do vice-presidente Ferreira Nunes). Esta será a oportunidade para superar uma crise evidente e clarificar (ou cumprir...) os procedimentos que respeitam às nomeações e às avaliações dos árbitros. E também melhorar. O que salta à vista é demasiada opacidade e conflitualidade pessoal. O "meio" não ajuda mas há necessidade de comunicar e mostrar transparência - custe o que custar, será sempre o melhor caminho num terreno cheio de egos. Digo eu.
Comecemos pelo pecado original, que reside na eleição dos membros do CA através do "método de Hondt" (vício reiterado pelo Governo-legislador na última revisão da lei), que acabou por resultar numa vivência em regime de facção. Prova-se que não resulta. Continuemos pelo meio dos regulamentos, norteados pela distinção entre quem nomeia e quem avalia e classifica. A Secção Profissional designa os árbitros tendo em conta a classificação da época anterior, a "avaliação do seu desempenho na época em curso" e o "grau de dificuldade dos jogos". Para esse efeito, deve ter acesso aos "relatórios de avaliação técnica" dos árbitros existentes em "plataforma electrónica" e às decisões sobre as reclamações dos relatórios apresentadas junto da Secção de Classificações pelos árbitros. Por outro lado, essa Secção de Classificações estabelece os critérios de nomeação dos "observadores" e de classificação dos árbitros e desses observadores, designa os "observadores" que avaliam as equipas de arbitragem, recebe e valida os relatórios dos observadores e transmite-os aos árbitros, dá nota à prestação dos árbitros com base nesses relatórios e faz a respetiva classificação final. Neste quadro bipartido de competências e obrigações, o que está a correr mal? O que é que se deve conhecer e não se conhece porque não se dá a conhecer ou não se solicita? Será só o "grau de dificuldade dos jogos" declarado pela Secção de Classificações, omissão que, ao que relata a imprensa, motivou interpelação da FPF ao Governo? Ou será que falta informação para acompanhar com igualdade de armas o desempenho dos árbitros ao longo da época e traduzir isso nas nomeações? Dar respostas com clareza "será sempre melhor do que a habitual especulação do "meio". Digo eu."
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