"Há um ano, o Bayern de Munique perdeu tudo o que tinha para ganhar, incluindo a final caseira da Champions contra o Chelsea.
O que fizeram os bávaros? Entraram em pânico? Questionaram todas as decisões que tinham sido tomadas? Exigiram que rolassem cabeças? Não, não fizeram nada disso. Acreditaram naquilo que tinham construído e foi sobre esses alicerces que criaram uma das máquinas mais poderosas do futebol mundial.
Na vida, dificilmente se encontra uma circunstância que explique tudo, as razões são invariavelmente complexas e múltiplas. E o futebol, onde, paradoxalmente, os factores imponderáveis merecem ponderação, não é excepção.
O mais importante, aquilo que realmente interessa, é a convicção com que as coisas são feitas. O Bayern nada alterou apesar dos baldes de água fria porque acreditava nos passos que estava a dar. E foi graças a essa lucidez e a esse pragmatismo que hoje mora no topo do mundo.
A única coisa que o Benfica deve fazer - isso estará para lá de verberar a maldição de Guttmann ou lamentar a malapata do Dragão - não obstante a desilusão de duas derrotas cruéis, é reflectir sobre a estrutura que criou, alheando-se da conjuntura. E, quando o fizer, certamente concluirá que tem havido uma política desportiva sustentada, acompanhada de um aumento significativo da capacidade competitiva, neste momento situada em altos parâmetros europeus.
De qualquer forma, as derrotas do Dragão e da Arena são testes à convicção dos responsáveis encarnados, que têm nos seus homólogos de Munique um bom exemplo a seguir...
PS - Partiu Cruz dos Santos, jornalista de referência e figura do jornal A BOLA. A marca que deixa é uma responsabilidade para todos nós. RIP."
José Manuel Delgado, in A Bola
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