"Nos corredores dos pavilhões da Luz - e de acordo com as notícias que têm vindo a público na comunicação social - apenas o Hóquei em Patins e o Futsal, das cinco principais modalidades de pavilhão, irão participar nas competições europeias. Este cenário, a confirmar-se, será um atentado à história e ecletismo do clube.
Andebol Masculino:
A modalidade que maior risco corre com a ausência das competições europeias.
O Andebol fez uma razia completa no seu plantel: apenas sete jogadores provêm da época transacta. Todavia, vários jogadores de reconhecida qualidade estão “apalavrados”, e agora, devido a uma incompreensível decisão da direcção, todo o projecto pode ruir ainda antes de se iniciar. Estes jogadores não vêm para Portugal com o sonho de - com todo o respeito que esses clubes nos merecem - defrontar o Boa-Hora, o ISMAI, et cetera. Vêm para jogar nas competições europeias. Se isso, por hipótese, não acontecer, prevemos que alguns possam vir a "roer" os acordos com o Clube, o que seria desastroso para a modalidade.
Neste momento temos um FC Porto bastante competitivo, que tem no seu plantel a base da Selecção Nacional e é uma das 16 melhores equipas da Europa. Como tal, para conseguimos competir com eles, temos de formar uma grande equipa. O Andebol, nos últimos 30 anos ganhou apenas 1 campeonato. Um! Conquistado sob a batuta do malogrado Aleksander Donner, que saiu em 2008. Algo inconcebível para um Clube como o SL Benfica!
Actualmente, só construindo um plantel fortíssimo podemos vir a discutir as competições onde estamos inseridos. Também necessitamos de participar na European Handball League, onde os ritmos competitivos dos jogos internacionais fazem toda a diferença na performance dos jogadores ao longo da época.
Urge começar a encurtar distância para os nossos rivais, nomeadamente o FC Porto, para que o fosso que já existe não se agudizar e ficarmos irremediavelmente fora da luta pelos ambicionados títulos. Esperemos que até segunda-feira, prazo limite para as inscrições, o SL Benfica registe a sua. Caso não o faça, o impacto desportivo dessa medida será desastroso, quiçá, fatal, para a modalidade.
Voleibol Masculino:
Uma equipa que vem de uma fantástica prestação na Liga dos Campeões, fazendo história, merece, inequivocamente, continuar a ser aposta da direcção. Marcel Matz, pelo trabalho que tem vindo a realizar, conquistou o direito de levar a sua equipa a disputar as competições europeias.
Os tempos que vivemos são difíceis, bem o sabemos. Porém, caso não seja possível participar na Liga dos Campeões - e, também, devido aos custos envolvidos com a montagem do piso, bancada amovível, despesas com publicidade e marketing associados para garantir uma quota de assistência exigida pela CEV -, o mínimo que se requer é a presença na Challenge Cup, onde seriamos considerados um dos candidatos à final da prova.
Jogadores como Hugo Gaspar, André Lopes ou Zelão merecem ter a possibilidade de conquistar um título europeu pelo SL Benfica. Algo que, infelizmente, nos fugiu em 2015.
Basquetebol Masculino:
Todas as equipas que participam nas competições europeias, conquistaram esse direito devido ao seu mérito desportivo. O basquetebol, naturalmente, não é diferente.
Apesar de considerarmos que não existe um verdadeiro projecto nesta modalidade, os embates internacionais são um estímulo fundamental para os jogadores, pois permitem-lhes evoluir e atingir patamar superior em termos de qualidade de jogo. O SL Benfica pode, e deve, fazer melhor neste capítulo.
Com a base de jogadores portugueses que tem, pode, claramente, discutir uma presença entre os quatro melhores da Fiba Europe Cup. Há equipas com orçamentos semelhantes que alcançam essa fase da prova.
Hóquei em Patins Feminino:
Ontem, com o anúncio da nova contratação, Florencia Felamini, tivemos uma grande notícia. Trata-se de uma das melhores jogadoras do mundo e que será, seguramente, uma enorme mais valia para a equipa.
O plantel, neste momento, conta com duas jogadoras do TOP6 Mundial. Foram campeãs europeias em 2015 e finalistas em 2018. Não existem desculpas para não participar nas competições europeias com o historial que já atingimos na competição. E menos ainda quando se trata da única equipa, no que concerne às cinco principais modalidades de pavilhão no Feminino, a representar o SL Benfica a nível europeu.
Depois do que passou com a Taça Intercontinental 2018, em que os dirigentes do Benfica de tudo fizeram para abdicar do direito em participar na prova, não é admissível que volte a acontecer algo semelhante num clube com esta grandeza e que diz estar a viver a sua melhor condição financeira de sempre. Para mais, numa modalidade que pode lutar pelo título europeu "taco-a-taco" contra as melhores equipas. Não se pode apostar numa jogadora que vem de San Juan para a Europa para apenas disputar a - pouco competitiva - Liga Portuguesa.
Futebol Feminino:
Não se percebe a demora por parte da Federação Portuguesa de Futebol em nomear o seu representante para a Liga dos Campeões desta modalidade. O SL Benfica, por todos os critérios e mais alguns, tem de ser o escolhido. E, caso o seja, deve fazer valer o seu direito em participar na prova europeia, apesar das dificuldades pós-Covid19 e pelo limite salarial imposto pela FPF, que não faz o mínimo sentido e que só diminui o Futebol Feminino em Portugal, que estava em franco crescimento.
Devemos participar para começar a ganhar experiência contras as melhores equipas europeias e continuar a consolidar o projecto que se quer que continue a prosperar, vencendo.
Atletismo Masculino:
O Atletismo, na vertente masculina de pista, tem a sido a modalidade mais competente do universo SL Benfica. O grande mérito desse trabalho vai directamente para a Professora Ana Oliveira, uma das poucas pessoas nas modalidades do Clube que tem verdadeira ambição europeia. Ela, mais do que nunca, merece ter a oportunidade de ganhar a TCCE de pista, um troféu que, nos detalhes, nos tem escapado.
Em Agosto irá disputar-se o Nacional de Pista, em Novembro o Nacional de Corta de Mato Longo. O SL Benfica tem equipa para alcançar o triunfo nestas competições e conseguir o apuramento para as Taças dos Clubes Campeões Europeus. Não participar nestas duas provas, com uma eventual desculpa de não haver fundos orçamentais disponíveis, seria uma decisão inadmissível para as reais ambições do clube.
Triatlo:
O Benfica, em 2017, no seu ano de estreia, foi campeão europeu de Triatlo. Depois, em 2018, fez um 3º lugar e, em 2019, um 2º lugar. Por isso, em Outubro de 2020, devemos ter a oportunidade de participar novamente, pois as aspirações de almejar algo grandioso são legítimas.
O SL Benfica tem o melhor leque de triatletas nacionais e tem apostado - nos últimos dois anos - na atleta Katie Zaferes, a N°1 do ranking mundial e actual campeã do mundo, compensando assim a ausência da Vanessa Fernandes.
Um quarteto composto por Melanie, Katie, João Silva e João Pereira dá garantias suficientes para disputar a medalha de ouro, por isso, o SL Benfica tem de participar sempre nesta prova, na qual tem reais condições de ser campeão europeu.
Judo Feminino:
O ano passado, em Novembro, participámos pela 1ª vez na Liga dos Campeões de Judo, prova que se realizou em Odivelas. O SL Benfica alcançou o 5º lugar, um lugar, assuma-se sem reservas, aquém das expectativas. Mas isso não deve, de todo, diminuir a nossa ambição e devemos continuar a participar nesta prova com o intuito de a vencer. Com Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochelle Nunes e com os reforços Odette Giuffrida e a Jull Fransen, temos um quinteto de luxo para poder discutir contra as equipas francesas e temos matéria prima para sonhar com o título europeu.
Em jeito de conclusão, as modalidades não podem ser vistas como despesa extra e inconveniente. O SL Benfica tem enormes responsabilidades em várias modalidades e tem que fazer jus à sua grandeza."
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