"Dir-se-ia que, agora, os motores já estão naquela fase do aquecimento pleno. O ponto-morto ficou para trás e, portanto, de mudança engatada, com o motor a soar o surdo som da potência que a tensão dos músculos do pé direito deixa experimentar e o volante bem agarrado por mãos firmes, só falta a hora de ligarem o semáforo da partida. Para nós, as dez voltas ao circuito nesta decisivíssima fase final da corrida apenas valem por mais uma época; para alguns dos nossos concorrentes, praticamente pode valer-lhes a vidinha inteira...
O destino é assim: enquanto uns estão sempre prontos para disparar para o Futuro, outros, ou só pensam que a pista está cheia de buracos, ou tentam, mas é, descobrir atalhos e carreiros informais que lhes encurtem o caminho, a ver se ninguém dá pela golpada...
Mas, de uma vez por todas, é importante que a gente saiba fazer a destrinça e tenha consciência do que valeu o Benfica, num dos períodos mais difíceis da nossa História contemporânea. Mesmo que os nossos piores adversários e inimigos, ou até alguns idiotas úteis, se desdobrem em malabarismos e manigâncias para tentarem apoucar a dimensão das coerentes atitudes que o nosso Glorioso Clube pôde e soube implantar, para responder aos gigantescos desafios da tragédia.
O Benfica atravessou o tempo da calamidade sempre com um posicionamento confiante, logo afirmado desde o primeiro momento em que o país teve de fechar. E, depois, foi com uma impressionante cadência de sucessivas decisões e actos que veio provando à saciedade a verdadeira dimensão da sua grandeza institucional. Seja como for, agora que vimos experimentando essa estranha espécie da 'nova normalidade', inquestionavelmente ficam para a história de Portugal nestes dias os insofismáveis exemplos, sempre pioneiros, da solidariedade, da confiança, da credibilidade e das capacidades que, hoje mais do que nunca, definem o Sport Lisboa e Benfica e, ao mesmo tempo, caracterizam o homem fora do comum que felizmente o dirige num cenário (ainda) tão difícil e complexo. Mas, de novo, aí temos, então, à porta o Futuro: o voltam as mesmas exigências de sempre dos Benfiquistas.
A imposição de responsabilidade máxima volta a incidir sobre os ombros dos nosso Técnicos e dos nossos Atletas - esses mesmos ombros que nesta circunstância inédita e histórica assumem a honra de envergar o Manto Sagrado.
Agora, a hora passa a ser 'a hora' deles. Assim saibam eles honrar o impressionante exemplo que receberam do Glorioso Clube que tão bem os acolheu.
E como dizem os Sócios do Benfica, assim sejam eles capazes de 'ousar um lugar na nossa História' e 'vençam por nós'!"
José Nuno Martins, in O Benfica
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