"O Benfica devia solicitar à Liga e às autoridades sanitárias que lhe marcassem para o Dragão todos os seus jogos por disputar fora de casa. Isto sim, seria dar um sinal de confiança aos seus adeptos, aos seus rivais de confiança aos seus adeptos, aos seus rivais, aos patrocinadores e à indústria em geral
A notícia de regresso da Liga lançou a discussão sobre os palcos para as dez jornadas que faltam disputar. Os jornais, por exemplo, diziam-nos ontem que o Benfica se recusa a jogar com o Rio Ave no Estádio do Dragão. Está mal. Se é verdade uma recusa destas, faz mal o Benfica em fugir à responsabilidade de ter de bater aquele adversário, que não é do seu campeonato, no campo do seu rival e concorrente maior.
O Benfica tem a responsabilidade de jogar onde quer que seja em defesa do seu título de campeão. E, por esta mesma razão, tem o dever de ganhar ao Rio Ave. Se for no Estádio do Dragão, melhor. É forte sinal de fraqueza dizer que não a uma oportunidade destas, ou não é? O Benfica, aliás, devia solicitar aos organizadores da prova e às autoridades sanitárias do país que lhe marcassem para o Estádio do Dragão todos os seus jogos por disputar fora de casa. Isto sim, seria dar um forte sinal de confiança aos seus adeptos, aos seus rivais, aos patrocinadores e à indústria em geral.
Maior debilidade do que perder, num ápice, os pontos - e eram tantos em Janeiro - que tinha de avanço sobre o seu perseguidor, é esta coisa de não querer voltar ao campo do FC Porto quando é esse, justamente, o palco de eleição para uma ponta final de sonho e de rajada. O Benfica que acorde para a política e exija jogar no Estádio do Dragão com o Rio Ave. E com o Portimonense, com o Marítimo, com o Famalicão com o Desportivo das Aves.
E, se assim fosse, daqui a muitos anos, os benfiquistas recordariam esta temporada de 2019/20 como a mais estrambólica e deliciosa de toda a história do clube.
- Lembram.se daquela época em que em Janeiro tínhamos 7 pontos de avanço?
- Oh, essa foi uma época extraordinária. Perdemos os 7 pontos e a liderança em Fevereiro e depois em Março veio o vírus e o campeonato parou.
- E depois só voltou em Junho e fomos ganhar quatro vezes seguidas ao Estádio do Dragão.
- É verdade. Coisa que nunca antes tinha acontecido...
- E, em Julho, lá ganhámos outra vez o campeonato.
- Foi o melhor campeonato atípico que me lembro de ganhar.
- Meta atípico nisso, meu caro consócio.
Sabendo-se que no futebol tudo é possível, sonegar a possibilidade de um fenómeno deste calibre poder vir a acontecer é um crime de lesa-Benfica. É que, para além dos benefícios na vertente meramente desportiva, importantíssima, teria ainda o Benfica o ensejo de se deslocar por quatro vezes ao Estádio do Dragão levando o cobrador do fraque reiteradamente na sua comitiva.
Toc, toc, toc... - o som de bater à porta
- O que é? - uma voz mal-humorada.
- É por causa daquele assunto... dos 2 milhões de euros... a ver se faziam a fineza de pagar...
Quem sabe se, assim, insistindo presencialmente, insistindo muito presencialmente, a coisa não se resolvia até ao Verão?"
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