"Esta é a pior das alturas para falar em consignação fiscal. O IRS não é um tema simpático, e os portugueses estão de olhos e afectos postos nos valores da vida, da família e da solidariedade. Mas, se pensarmos bem, é daí, dos nossos impostos, que vem o músculo financeiro do Estado para alavancar a força colectiva da nação nesta verdadeira guerra que nos pôs a todos em estado de sítio, em estado de emergência, mas também, logo e cada vez mais, em estado de prontidão. Por isso, mais do que nunca, é um dever patriótico pagarmos os nossos impostos.
É também daí, através da consignação fiscal, que vem a capacidade da Fundação Benfica para responder à altura dos desafios, cada vez maiores, porque não basta a vontade, é preciso músculo! Desde a revolução de Abril que trouxe a democracia e acordou a consciência cidadã de todos os portugueses, não me lembro de nenhum outro momento em que o Estado se pusesse tão veementemente ao serviço dos cidadãos, com a classe política a mostrar prontidão e serviço da causa pública como nunca. Com os cidadãos e a sociedade civil e aplicarem uma velha e boa máxima, que bem podia ser portuguesa:
'Não perguntes o que o teu país pode fazer por ti. Pergunta, antes, o que podes fazer pelo teu país'. E os portugueses perguntam, sugerem, partilham, telefonam, mobilizam-se, dão-se duma forma desinteressada e apaixonada como nunca antes. E as empresas concorrentes colaboram, e da cerveja se faz álcool, reconverte-se a fábrica para o que faz falta, criam-se listas de compras para a vizinhança do prédio onde antes se não falava aos vizinhos, nem se conheciam em muitos casos. E os clubes já não jogam, mas treinam, trabalham e incendeiam as paixões como nunca. Dizem aos seus que hoje 'somos todos do mesmo clube' apelando à união e trazendo à tona os valores do desporto.
E o Benfica sobressai! O mesmo de sempre, igual a si próprio desde o primeiro momento, popular, orgulhoso, atento às dores do povo e sempre pronto para lhes acudir, para levar a todos o calor da chama imensa que é a Alma Benfiquista. E mostra-se vencedor, nas papoilas da Vida como nas que saltitam nos campos, não receia o risco e afronta o medo e a incerteza com acção destemida e pronta, sem rodeios, directo ao assunto, com intensidade e em força! Cabe agora à Fundação um lugar de avançado, mas é esta imensa força de equipa que nos carrega neste 'onze' sem limites nem barreiras com todo o Benfica a contribuir, na escala dos grandes, mostrando, com 1 milhão, merecer a paixão de tantos milhões por esse mundo fora. A Fundação é a expressão diária deste Benfica sólido e solidário que é feito de adeptos e das suas contribuições, por isso, quando nós fazemos, quando damos a mão a alguém, somos todos que damos as mãos. Quando acudimos à Vida, somos todos que acudimos!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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