"Segundo penálti reflectiu estado emocional, viu-se ansiedade na cara de Pizzi, não foi só a relva
Séries difíceis
1. O Benfica vinha de série negativa, apenas uma vitória, e de crise exibicional, mas este jogo mostrou, afinal, que os problemas da equipa são muito mais colectivos do que apenas defensivos. Depois de perder a liderança para o FC Porto era imperioso para um Benfica ferido no seu orgulho dar resposta positiva e, se possível, convincente em termos exibicionais. O V. Setúbal, por seu turno, trazia também série difícil de duas derrotas e um empate e a vontade de aproveitar mau momento do Benfica
Previsibilidade 'vs' conforto
2. No Benfica, saíram Weigl e Rafa, entrando Chiquinho e Cervi, com Taarabt a recuar para o lado de Samaris. O Benfica, no seu 4x4x1x1, projectando o seu jogo pela direita, através de combinações do triângulo formado por Pizzi, Tomás Tavares e Chiquinho, utilizou muitas vezes o jogo directo, mostrando lentidão de processos, perante um V. Setúbal que dava poucos espaços, no seu 4x1x4x1, beneficiando de um Benfica lento e previsível e com dificuldade na circulação. Foram 15 minutos sem remates à baliza para um e outro lados, mas com o Vitória mais confortável, com linhas mais juntas e o Benfica sem arte e engenho. Primeira situação pertenceu a Chiquinho, que tentou contornar Makaridze, depois Samaris também viu a bola desviada pelo guardião, o Vitória conseguiu o lance de maior perigo, com Mansilla a cruzar em largura e Zequinha a desviar a bola bem perto da barra. Primeira parte pobre, para não dizer paupérrima, do Benfica, e o Vitória a seguir o seu plano de jogo, confortável, com os alas a fecharem corredores.
Sem trunfos
3. Nem nos melhores sonhos o Vitória imaginaria aquela entrada na segunda parte, com Carlinhos, melhor em campo, a encostar para o golo, que poderia afundar ou espevitar o Benfica. Logo a seguir, porém, penálti oferecido pelo Vitória e 1-1. Primeiro com Chiquinho, muito apagado, depois com Rafa, veloz mas inconstante, o Benfica não encontrava argumentos para passar a bem estruturada defesa do Vitória. Apareceu então o segundo penálti, que reflectiu o momento emocional, viu-se na cara de Pizzi a ansiedade, não foi apenas a relva... Bruno Lage usou 4x4x2 clássico com Dyego Sousa a entrar para o lado de Vinícius, mas o perigo pertenceria a Grimaldo. Melhorias na segunda parte, mas primeira menos conseguida de toda a época. A crise continua bem viva no Benfica."
Vítor Manuel, in A Bola
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