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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Um Benfica com identidade

"Foi um jogo interessante com dois momentos que justificaram o resultado pesado para o Paços

Penalizador para o Paços
1. Foi um jogo muito interessante, com um resultado que demonstra a superioridade do Benfica, mas penalizador para a atitude do Paços de Ferreira. No fundo, assistimos a um Benfica muito dinâmico, com mais bola, iniciativa ofensiva, contra uma atitude positiva do Paços que tentou sempre chegar à baliza adversária.

O golo e a expulsão
2. Houve dois momentos decisivos para o resultado na Luz: o grande pontapé de Nuno Tavares. Mérito dele e dos seus colegas, pois não é fácil entrar numa equipa da dimensão do Benfica, com todo o seu grau de exigência; por fim, e não menos importante, a expulsão de Bernardo Martins. À margem desses dois momentos, houve um Benfica com excelente controlo da profundidade defensiva, perante um adversário que conseguiu reduzir espaços e impedir o excelente jogo interior encarnado. O Paços mostrou ter chegado à Luz com um plano bem claro de jogo. O resultado pesado justifica-se, sobretudo, pela superioridade numérica do Benfica. Porém, nota para a coragem do treinador pacense por colocar jovens em campo, mesmo estando a perder, e também para o Benfica e para o seu projecto desportivo assente na qualidade da sua formação. Penso que houve mérito de parte a parte num jogo que foi interessante em grande parte do tempo.

Bem diferente da Supertaça
3. Podemos olhar para este jogo, até porque o resultado foi igual, à recente vitória do Benfica na Supertaça. Porém, cada jogo é diferente. Neste caso, aliás, penso que igual terá sido apenas o resultado. Tratou-se, obviamente, de uma abordagem diferente, dinâmicas bem distintas, é impossível fazer comparações. Há algo que, convém sublinhar, pois é evidente neste momento inicial da temporada: nota-se um Benfica muito forte na recuperação de bola, em tentar reduzir ao máximo as dinâmicas do adversário, a atacar e defender de forma compacta, com uma identidade e ideia de jogo bem vincada. Mais do que olhar para a motivação da conquista da Supertaça, dessa confiança, é o traço de identidade que existe. Creio, aliás, que o Benfica será quase sempre assim durante a época. Com estas qualidades.

Mais uma vez... Pizzi
4. É igualmente impossível não destacar o homem do jogo, novamente Pizzi. Voltou a demonstrar que pode jogar como ala tão bem como partindo da sua posição. Mas, mais importante que isso, é a qualidade na sua tomada de decisão. Consegue não só retirar o ritmo de jogo quando é necessário, como fazer o inverso com igual mestria. Depois, nota para o entendimento perfeito que vai fazendo com os restantes colegas de equipa, imprimindo dinâmicas, colocando, quase sempre, um ritmo elevado e que deixa os adversários em dificuldades. Mesmo estando numa fase inicial da temporada, o excelente entendimento demonstrado com Nuno Tavares é algo assinalável e... decisivo, como foi o caso de ontem."

João Carlos Pereira, in A Bola

1 comentário:

  1. A pretensa "atitude"(?) do Paços de Ferreira , existiu porque o Benfica , até aos 3-0 , perdeu imensos passes a revelar uma inabitual desconcentração e mesmo um certo nervosismo...talvez por ser o 1° jogo do Campeonato e saber que tinha ainda mais a obrigação de ganhar por conhecer o resultado do Gil-Vicente/fcp .

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