"Não sou velho, mas ainda me lembro de saudosos tempos em que os protagonistas do futebol eram os jogadores e os treinadores. No desporto que me foi apresentado em criança, e pelo qual me apaixonei, julgo que não existam directores de comunicação. Pelo menos não dei por eles, nem senti a falta.
O mundo mudou, e reconheço que a função se tornou necessária. Em entidades de grande dimensão, a harmonização do discurso institucional carece hoje de especialistas que ajudem a passar a mensagem sem ruídos ou equívocos interpretativos. É absurdo, porém, que sejam eles a substituir-se aos grandes protagonistas, e a transformar-se em figuras em torno no terreno de jogo quase pareça assunto menor. Não será difícil identificar exemplos disto mesmo no futebol português, como também é fácil perceber as consequências nefastas que tal inevitavelmente traz, ou já trouxe, a uma indústria que precisa de tudo menos de chicos-espertos a debitar parvoíces como se fossem factos, lançando lama sobre êxitos alheios com o intuito de esconder fracassos próprios - como se não tivéssemos visto os jogos, ou como se os títulos tivessem sido atribuídos por mail, ou por edital afixado na Rua da Constituição.
Infelizmente, a culpa não é só deles. Todo uma comunicação social decrépita e em busca desesperada de uma polémica diária que, à custa de sangue, lhe sustente a audiência, tem de ser responsabilizada na mesma medida. O que nos vai valendo é que eles não metem bolas na balizas. E por muito que lhes custe, cá nos mantemos firmes, na luta pelo Penta.
Vamos ler de novo: Penta!"
Luís Fialho, in O Benfica
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