"Por onde vai passar o futuro de Jorge Jesus? Depois do desagrado manifestado em público e recorrendo a terminologia forte, por parte de Bruno de Carvalho, não só quanto à exibição do Sporting frente ao Belenenses, mas sobretudo pela forma como colocou em xeque o treinador, ficou no ar a necessidade de uma clarificação, que vai tardando.
É preciso não conhecer de todo Jorge Jesus para se pensar que este levou de ânimo leve a reprimenda presidencial. Jesus é brioso quanto ao trabalho que desenvolve e uma desconsideração ao vivo e a cores como a que sofreu nunca o deixaria indiferente.
Porém, a aposta que presidente e treinador fizeram, há dois anos, num projecto comum, deve ser ainda suficientemente relevante para que a ruptura não seja inevitável. Mas há agulhas que carecem de acerto, nomeadamente quanto à política de aquisições, às ambições subjacentes à época e à comunicação do clube e que poderão constituir obstáculo maior, até, do que todo o dinheiro que estará em causa numa eventual rescisão (16 milhões de euros).
Para já, um assunto para seguir muito de perto...
PS - Morreu Armando Baptista-Bastos, um dos maiores nomes do jornalismo português, antigo colunista de A Bola, com que tive o privilégio de me cruzar na Revista Sábado, no início dos anos 90 do século passado. Dele fica a memória da frontalidade, da fidelidade aos princípios e de um talento transbordante para a escrita. Notável, uma entrevista que assinou, no Diário Popular, a Vítor Baptista, exemplo intemporal de jornalismo de referência, humano, culto, profundo e ao mesmo tempo acessível a todos os leitores. Descansa em paz, BB..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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