"Alan Ruiz não pode estacionar o seu Ferrari vermelho no parque destinado aos futebolistas profissionais do Sporting.
Em causa, claro, o facto de vermelho ser a cor do equipamento do Benfica; e de o Benfica ser o principal rival do clube que representa.
Há anos, na Turquia, foi notícia o facto de a cadeira de restaurantes McDonald's ter abdicado de junção das cores vermelho e amarelo, que compõe o seu logotipo, para abrir lojas numa zona frequentada por adeptos do Besiktas. Porquê? Porque vermelho e amarelo são as cores do Galatasaray e, está bom de ver, os besiktenses jamais entrariam num restaurante com as cores do rival. Isto na melhor das hipóteses, pois com uma azar até entravam, mas para partir tudo.
Este fenómeno de rivalidade levada ao extremo sempre me intrigou. Antes de mais porque, parecendo-me manifesto exagero, numa compreendi que se argumentasse que a repulsa é aceitável porque «faz parte» - defendem-se muitos - do que é um tribalismo natural do desporto.
Podemos até encontrar explicações para os comportamentos extremos - é isso que tantas vezes psicólogos e sociólogos fazem - mas é impossível a quem de bom senso negar que na verdade tudo o que é fanatismo deve ser erradicado, mesmo quando validado pelos dirigentes.
Um inquérito em www.bola.pt concluiu que 81 por cento dos participantes condenava o apartheid dos carros no Sporting. O problema é, no entanto, que 19 por cento o apoie. E que o presidente o permita e fomente.
Vale e Azevedo não foi um dirigente brilhante, mas encontro-lhe pelo menos uma virtude: teve a abertura do espírito para fazer no Benfica um equipamento alternativo azul. Caiu-lhe meio clube em cima e ele, com humor, respondeu sempre que aquele era um azul à Benfica. Era o único que não via o mundo a preto e branco."
Nuno Perestrelo, in A Bola
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