"Benfica foi justo vencedor num jogo em que fez o que tinha de fazer, com grande pragmatismo.
Jogo de paciência
1. O Benfica ganhou bem um jogo que era muito importante para as duas equipas. A primeira parte, sobretudo, acabou por reflectir precisamente a grande responsabilidade da partida, assistindo-se a um jogo de muita paciência. Por um lado o Benfica a não querer arriscar muito, a não querer expor-se, por outro o Dínamo Kiev a condicionar com mérito o jogo interior, daí resultando muito congelamento no corredor central.
Era grandes, portanto, as cautelas tácticas de parte a parte, com poucas oportunidades de golo. Acabou por ser o Benfica a marcar à beira do intervalo, de penalty (bem assinalado).
Ficar sem guarda-costas
2. O golo foi um injecção de confiança e moral para o Benfica, que entrou na segunda parte muito mais forte e a desperdiçar duas ou três situações para matar o jogo - Mitroglou em particular movimentou-se bem mas não teve uma noite feliz na finalização. Surgiu depois a lesão do Fejsa, que teve de sair aos 59 minutos, e isso condicionou o controlo de jogo da equipa encarnada, que começou a ter algumas dificuldades no meio-campo, deixou de ser tão compacta, ficou mais partida. Porque Samaris não é Fejsa, o sérvio é omnipresente no Benfica, pela forma como pressiona alto e preenche os espaços. É o grande guarda-costas de toda a estrutura, é dali que parte tudo. Será, nesta altura, o jogador mais importante do Benfica. Apesar de tudo, o Dínamo não incomodava muito, apostando sobretudo em diagonais longas nas costas dos laterais e caindo muitas vezes me fora-de-jogo. E surge então o momento da redenção de Ederson, que comete uma grande penalidade escusada mas acaba por responder com grande defesa.
A dúvida de Rui Vitória
3. Surge depois um momento de reflexão e hesitação para Rui Vitória. O Benfica devia apostar em chegar ao 2-0 ou defender sobretudo o 1-0? Um dilema tremendo. O fantasma do jogo com o Besiktas pairava. A equipa ainda teve algumas transições, mas começou a não ser tão perigosa, acabando Rui Vitória por, nos últimos minutos, trocar Guedes por André Almeida. Opções com grande pragmatismo e realismo táctico. O Benfica não foi exuberante mas fez o jogo que tinha de fazer. Foi justo vencedor numa partida de grande desgaste físico e mental. Foi equipa tacticamente inteligente, concentrada e com capacidade de sofrimento. Notas finais para sublinhar que Cervi já apresenta mais compromisso táctico e resistência, Salvio foi fundamental nos equilíbrios a jogar por dentro, Gonçalo Guedes merecia ter marcado naquele remate à barra, pois trabalhou muito e foi fundamental na pressão alta e na ligação entre meio-campo e ataque."
Vítor Manuel, in A Bola
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