"1. As primeiras declarações públicas do recém-eleito presidente da FIFA, Gianni Infantino, foram feitas à Rádio Uno da RAI: «Enfrento esta grande responsabilidade com orgulho e humildade. Estou pronto a arregaçar as mangas para fazer tudo aquilo que prometi. Meu pai era de Reggio Calabria e minha mãe de Valle Camonica, nos Alpes centrais da Lombardia, um calabrês e uma lombarda, gente humilde de trabalho que sempre foi respeitada. Na minha juventude cheguei a fazer a lavagem das carruagens dos comboios. Embora tenha nascido e estudado na Suíça, sinto-me cem por cento italiano.» Infantino não o diz, mas está preocupado com os 110 milhões de dólares de passivo da FIFA. É a primeira vez que acontece em mais de 20 anos. Os principais patrocinadores abandonaram o organismo e depois do Mundial no Brasil não foi assinado nenhum outro contrato de sponsorização. Ninguém quer confundir-se com uma instituição enterrada na lama até ao pescoço. Muitos deles, porém, regressarão, até para não dar espaço às empresas concorrentes.
2. É claro que o italiano não vai poder cumprir o seu programa in totum, vasto e ambicioso. Desde logo a construção de dezenas de escolas de futebol em África e as generosas promessas de distribuir cinco e 40 milhões de dólares, respectivamente, às 207 Federações e seis Confederações mundiais, o que perfaria mil e 200 milhões de dólares. Por outro lado, também o alargamento do Mundial a 40 Federações parece um exagero e a ECA, representada pelos principais clubes da Europa, já lhe lembrou isso ao enviar a mensagem de felicitações. Mas ainda bem que a vencer esta eleição tenha sido um dirigente europeu. Depois do êxodo bíblico de milhões de muçulmanos a invadir o nosso continente, muito mau seria que também os magnatas de túnica e turbante se apoderassem das mais importantes instituições."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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