"Ganhar é o objectivo supremo dum jogo de futebol. Seja numa competição profissional seja entre a rua de cima e a de baixo.
Claro que no jogo dos solteiros contra casados aquilo pode ser mero pretexto para uma almoçarada de convívio; claro que numa competição profissional por vezes empatar pode ser tão útil como ganhar e em certas competições por vezes até perder (desde que por resultado conveniente) vale justas loas ao sucesso.
Posto isto, não posso deixar de trazer a debate questão polémica:
- Existem limites éticos para se conseguir uma vitória ou vale tudo o que for possível?
Não falo de um golo em fora de jogo, situação em que tantas vezes o jogador que dele beneficia não se apercebe de estar em posição irregular. Falo, sim, de batota a sério como deliberadamente alguém se atirar para o chão sem ter adversários por perto (note-se que já estou a fugir aos lances em que há contacto e painéis de peritos em comentário televisivo argumentam durante horas que houve, e que não houve, falta, consoante as cores clubistas que defendem); ou de comportamentos antidesportivos como aquele que vi ao jovem Hugo Basto, do Arouca, no jogo com o SC Braga: havendo penalty contra a sua equipa, o defesa aproveitou momento de confusão e aproximou-se da marca para pisar a relva à volta da bola, fazer-lhe buracos e, assim, dificultar a vida ao adversário, que acabaria por falhar o pontapé e permitir a defesa ao guarda-redes.
Posto isto, fica o desafio a cada um dos leitores. Com o que se identifica mais: a máxima de Jorge Jesus, «o fair play é uma treta», ou a de Manuel Pellegrini, «mais importante que ganhar é o estilo com que se ganha»?
É dos adeptos o poder máximo de fazer heróis ou desmascarar vilões."
Nuno Perestrelo, in A Bola
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