"Numa altura em que se fala tanto de festa a propósito das grandes decisões das ligas, há um lado negro no nosso futebol que teima em alastrar. O incumprimento salarial é recorrente mas, apesar dos contornos dramáticos de alguns casos que afligem jogadores e suas famílias, só quando a situação ameaça ter relação directa com os resultados das provas é que soa o alarme geral.
Os jornais relatam regularmente situações de clubes que não cumprem as suas obrigações; a Liga tem regulamentado nesta matéria para apertar a malha do controlo; o presidente do Sindicato dos Jogadores é sempre voz "incómoda" que denuncia casos. Ainda assim, o "crime" continua a ser cometido e... compensa. É mais do que evidente que existe uma competição desleal. Há clubes que inclusivamente têm participado sem terem em dia os seguros dos atletas, ao mesmo tempo que alimentam promessas aos jogadores que muitas vezes os levam a falsear a realidade.
Anos de má gestão e de crise deixaram os clubes numa posição de enorme fragilidade que se torna um convite a financiadores - que muitas vezes são a última esperança de um desesperado - mas cuja idoneidade e falta de conhecimento conduzem os emblemas para situações ainda mais graves.
Numa altura em que Luís Duque procura recuperar para a Liga alguma credibilidade e os clubes trabalham em conjunto para encontrar soluções que tornem a competição mais atractiva para eventuais patrocinadores, o caso da iminente greve do Beira-Mar é uma ameaça séria ao caminho que deve ser trilhado. Que fazer então? Inevitavelmente criar regulamentação ainda mais apertada, zelar por uma fiscalização eficaz e aplicar a lei sem piedade. Só assim o futebol será uma festa. Para todos."
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