"Discussão animada dos últimos dias: Jorge Jesus pecou ao não dar um só minuto na Liga a Paulo Lopes? Culpado - eis o veredicto do tribunal das redes sociais.
Objectivamente, aquilo a que pomposamente se chama agora gestão de recursos humanos foi deficiente. O treinador convocou três futebolistas para quem um segundo em campo representaria inscrição oficial no livro de campeões (Paulo Lopes, Sílvio e Mukhtar), num sinal claro de que contava premiá-los pelo trabalho feito ao longo do ano.
Ao intervalo, no entanto, assinou a sentença de morte do sonho de um deles, ao fazer entrar Talisca para o lugar de Pizzi. Como Sílvio entrou pouco depois, ficaram a aquecer Paulo Lopes e Mukhtar. Lopes seria, provavelmente, a escolha seguinte, mas a lesão de Salvio levou Jesus a mandar entrar o jovem Mukhtar, para desespero do veterano guarda-redes.
Se a vida fosse um filme, o da época de Paulo Lopes seria um filme francês. Por outras palavras, o oposto das produções de Hollywood em que tudo acaba bem. Para Paulo Lopes, as cenas finais foram de desespero. Um dia, os netos dirão: o meu avô também foi campeão em 2014/15 e os amigos irão aos livros e dirão que é mentira. Aqui chegados, olhemos para o paradoxo: um futebolista que faça uma só partida, que nesta a sua equipa perca graças a um autogolo seu e ainda seja expulso é, para a história, um campeão. Paulo Lopes, que todo o ano trabalhou com os campeões - e com o seu trabalho os terá ajudado a melhorar - não. Obviamente, é nonsense. Paulo Lopes é campeão, sim, mesmo que Jesus não o tenha deixado assinar o livro de honra.
PS: Um chefe não tem de ser simpático, apenas justo. Jesus foi insensível, mas também coerente. Quem o conhece sabe que jamais poria a felicidade de um jogador à frente de uma vitória. Mesmo que em jogo a feijões."
Nuno Perestrelo, in A Bola
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