"Lembro-me de Paulo Bento quando voltou como jogador ao Benfica, vindo do Guimarães, em 1994. Foi uma fase muito dolorosa do Glorioso quando a equipa campeã do 30.º título, o de 1993/94, foi positivamente desmantelada e o Benfica iniciou uma longa travessia do deserto que verdadeiramente só terminou com Luís Filipe Vieira.
Quando o jogador regressou de Oviedo, em 2000, cheguei a ter pena que o Benfica o não aceitasse de volta a custo zero e que o médio defensivo acabasse a carreira de jogador em Alvalade. E quando Paulo Bento chegou a seleccionador, em 2010, confesso que e tive alguma expectativa animada pelas primeiras declarações e convocatórias. Mas o Sistema rapidamente o absorveu e agora assistimos à triste realidade de um seleccionador fracassado mas agarrado ao lugar como uma lapa à rocha e defendido por uma Federação que não presta contas perante nada nem ninguém.
Paulo Bento não é propriamente um seleccionador. Dirige um grupo que formou e no qual só mexeu quando se incompatibilizou com um ou outro jogador para os substituir por novos eleitos. Um seleccionador, em 2014, para além de convocar André Almeida, teria forçosamente que dar a titularidade ao convocado Rúben Amorim e teria de convocar André Gomes, jogadores que terminaram a época em esplendor na equipa que ganhou tudo. Claro que falo de jogadores do Benfica e na qualidade de Benfiquista, mas o Benfica é uma grande e imprescindível parte da realidade portuguesa. O seleccionador é que parece que vive num mundo fechado, ou numa bolsa de mercado, com vida própria ou ligada à máquina do Sistema.
Talvez Paulo Benfica esteja convencido que está a fazer algo de positivo por Portugal e pelo futebol. Mas alguém devia ajudá-lo a terminar a carreira com dignidade."
João Paulo Guerra, in O Benfica
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