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quinta-feira, 25 de abril de 2013

O melhor golo que nunca foi

" «Tive a sorte de poder fazer aquela jogada, que felizmente terminou em golo, porque se não o fosse hoje não estaríamos a falar disso. Mas para mim o mais difícil foi feito por Lima, porque não foi só um golo - foi um grande golo!»
Gaitán
ontem, em conferência de imprensa

Não, não foi apenas modéstia - Gaitán, acertou na mouche, ontem, quando falou da fantástica jogada do Benfica frente ao Sporting que culminou no segundo golo das águias no derby de domingo. Porque se a bola não tem entrado teria sido apenas mais uma boa jogada; assim, foi provavelmente o melhor golo do ano.
E se a bola não tem entrado provavelmente não estaria eu a escrever esta crónica sobre aquela magnífica jogada e sobre o melhor golo que nunca o foi, e no qual não pensava há anos, e que só me assaltou a memória depois das declarações do argentino.
14 de Dezembro de 1996. Qualificação para o Mundial-1998, Portugal-Alemanha, Estádio da Luz. Já não me lembro (tem tanta razão Gaitán...) se estava na bancada ou a ver o jogo pela televisão. Jogo aborrecido. Até que aos 79 minutos (sim, Gaitán, tive de ir à procura do vídeo no youtube) João Pinto arranca com a bola num slalom fabuloso em que finta meia equipa germânica até entrar na área para remate e grande defesa de Kopke (também fui confirmar se ele o guarda-redes...). No mês seguinte, sempre que via esse lance, achava que a bola ia entrar. Era o que a jogada merecia. João Pinto, durante aqueles segundos, foi Maradona contra a Inglaterra (no golo a sério, não aquele com a mão), foi a equipa inteira do Brasil no golo de Carlos Alberto em 1970, foi ele próprio a marcar o 2-2 contra Inglaterra no Euro-2000.
A bola não entrou, Kopke defendeu. Já passaram 17 anos, sim. Mas daqui a 17 anos lembrar-me-ei melhor do golo de Gaitán (perdão, de Lima) contra o Sporting de que me lembro hoje do melhor golo que nunca foi..."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

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