"Algo tem distinguido, de há muitos anos, aqueles que servem de bandeira ao clube do regime corrupto, sejam eles treinadores de boina aos quadrados enterrada na cabeça ou dirigentes amancebados com meninas de pouco preceito: a falta de educação e o baixo nível. À desonestidade intelectual da maioria destes figurões, que copiam bocados de livros com o à vontade de quem bebe um copo de água fresca e gerem equipas à custa de favores de arbitragem como se houvesse nisso algum mérito, junta-se uma ordinarice muito própria - ia quase escrever muito castiça - que os faz tratarem-se, entre amigos do peito, como «meu grande filho da puta», desculpem lá, mas assim mesmo, tal como testemunhado em tribunal por inopinado palhaço pobre que nunca teve graça nem faz rir embora esboce sorrisos naqueles que são pagos para lhe humedecerem as mãos com baba bovina dos medíocres. É o pé e o chinelo que por ele chama.
Uns dizem-se escritores à custa da imaginação alheia, outros são merceeiros afeminados que parecem atender os clientes de pijama. Há também baladeiros de melena oleosa e banqueiros com os cérebros malinados por doenças degenerescentes. Há de tudo menos educação nessa gentinha barraqueira que usa páginas de jornais e microfones para dar largas a uma insuportável bigorrilha que no tempo do velho Eça seria corrida a bangaladas à porta da Baltreschi. E quando a semana é de mau vento, trazendo-lhes as palavras a público como borbotões de vómitos, o Futebol fede. Mas fede de alto a baixo, até que abanem as estruturas do seu edifício podre, reles e depravado.
P.S. - Ao ver o Madaleno agitar o telefone, fiquei convencido de que iria mostrar as chamadas que costuma fazer para os presidentes do Conselho de Arbitragem. Afinal era só mais uma figura triste. La está: escorrega-lhe facilmente o pé para o chinelo..."
Afonso de Melo, in O Benfica
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