"A eliminatória com o Twente era dos jogos mais ingratos que se poderia ter.
Ganhar apenas corresponde a uma obrigação realizada. Perder seria entrar em psicodrama antecipado e começar a lamber feridas, antes mesmo delas existirem.
Ganhar não deu título nenhum, mas perder seria o precoce antever que não se ganharia título nenhum durante toda a época.
Em suma, tínhamos muito a perder e pouco a ganhar contra o líder do campeonato holandês, campeão e vice-campeão nos últimos dois anos, do país que lidera o ranking mundial, a Holanda.
Quero fazer minhas as palavras daquele adepto que ontem, retratado em A BOLA, mostrava num cartaz «...só peço a Deus que não tire o Aimar».
Há jogadores do outro mundo, Aimar é um deles. Noventa minutos de sonho, de um sonho de jogador.
Um dia, desejo dizer aos meus netos... «mas eu vi Pablo Aimar jogar muitas vezes...»
Espero que a confiança tenha voltado, porque da euforia não precisamos.
A equipa esteve sempre equilibrada, o jogo sempre dominado, a intensidade e qualidade sempre presentes, e só o secular medo da tragédia não nos fazia ver que... temos Benfica.
Agora vamos suar os dias para ganhar ao Nacional, na Madeira.
O sorteio de ontem foi um justo prémio para o Benfica. Se outros méritos não houvesse, podemos jogar 4 dos 6 jogos em casa. Jogar na Suíça é bom para os largos milhares de portugueses que assim podem encher o estádio de Basileia. Não conheço a equipa romena, algures perdida no caminho da Moldávia, longe de Bucareste e perto do fim do mundo, mas onde as regras do futebol serão iguais e o Benfica terá outros pergaminhos. O Man. United será sempre um clássico para lembrar tantos outros. Um jogo de campeões Europeus agendado para dia 14 de Setembro, depois o caminho tem que ser ganhar a suíços e romenos."
Sílvio Cervan, in A Bola
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