"Man. City e Arsenal protagonizaram um duelo bem 'quentinho' e talvez a Premier League esteja mesmo a precisar disto. Sem rivalidades, fica tudo bem mais enfadonho...
Ao Arsenal de Arteta sempre se apontou alguma ingenuidade, como se fosse tudo muito bonito mas, chegada a hora da verdade, sejam demasiado macios para lutar contra os realmente grandes. Neste caso, o Man. City, campeão inglês em seis das últimas sete épocas (já nem a melhor liga do mundo parece competitiva...). Talvez o treinador espanhol, ex-discípulo de Pep Guardiola, se tenha fartado disso, talvez a reviravolta na primeira parte (1-2) tenha ajudado, talvez a expulsão de Trossard em cima do intervalo os tenha motivado para uma exibição quase épica que não só teve muito de disciplina tática, como também teve alma, coração, picardias, provocações e tudo o que as regras permitem para aquecer um jogo.
A segunda parte foi um exercício de tensão constante, mesmo para quem estava só a ver no sofá, à distância e sem emoções particularmente profundas por nenhuma das equipas. O Arsenal foi valente, sem se aventurar, mas o Man. City lá marcou nos últimos momentos do jogo, celebrando o empate como se não estivessem pontos em causa, mas antes a honra. Pelo meio, Gabriel Magalhães e companhia picavam os adversários, perdiam algum tempo e começavam a festejar cada corte de forma extremamente irritante. E, no fim, Haaland até aconselhou Arteta a manter-se «humilde», minutos depois de ter atirado a bola contra Gabriel Magalhães após o empate (too much, Erling!). Foi de tal forma intenso que já lá vai mais de uma semana e os treinadores ainda continuam a falar sobre isto: «Querem guerra? Vamos à guerra!»
Tirando o exagero nas palavras - porque guerra é outra coisa e isto é só futebol -, tenho de admitir que isto tem muito mais piada assim. Se este novo duelo Man.City-Arsenal vier para ficar, contem comigo. O futebol precisa de rivalidades saudáveis (para quem assiste de fora, porque por dentro é suposto sofrer-se muito) e a Premier League, recheada de adeptos, equipas e sentimentos artificiais, muito mais...
Sem violência e sem ultrapassar outros valores éticos de saudar em qualquer desporto, deixem-nos ver mais estes jogadores e treinadores que ganham milhões a mandar umas bocas e a sentir o peso de cada ponto perdido para um rival como se no dia seguinte isso os impedisse de sair sequer da cama.E que se fiquem por aqui, porque o que se viu no domingo no dérbi de Madrid não foi rivalidade... Foi um artifício imbecil, ainda por cima desculpado por Simeone. Os aplausos do Atlético à claque no fim foram assobiados pelos restantes adeptos, o que pelo menos mostra que nem toda a gente perdeu a noção."
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