"Humberto Coelho demonstrou que era decisivo não só a defender como também a marcar golos
Nas primeiras partidas entre amigos, os jogos são completamente anárquicos, por a esmagadora maioria dos miúdos querer 'jogar à frente'. A atração pelos golos faz com que as equipas sejam estruturalmente desequilibradas, em que praticamente o guarda-redes é o único elemento que defende. Os restantes têm apenas um objetivo: marcar golos! Com a passagem para o futebol federado, as suas características, remetem-nos para outras posições. No entanto, há apetências que não se olvidam.
Humberto Coelho ingressou no Benfica, proveniente do Ramaldense, na temporada 1966/67. A atuar no 'seu posto preferido de defesa-central', destacou-se, sendo considerado um dos mais promissores jogadores da formação benfiquista. Aos 18 anos, foi promovido à equipa de honra. Exímio cabeceador e detentor de um forte sentido posicional, ganhou um, lugar no onze e assumiu-se como pilar do processo defensivo dos encarnados.
Na temporada 1972/73, o Benfica realizou uma excelente campanha no Campeonato Nacional, ao conquistar o título de forma invicta. Em 30 jornadas, somou 28 vitórias, cedendo apenas 2 empates. Sagrou-se, ainda, a melhor defesa, com 13 golos consentidos, e o melhor ataque, com 101 marcados. Esteio do processo defensivo, Humberto Coelho foi decisivo para o registo defensivo, mas também um dos principais contribuidores para o registo ofensivo, sendo o quarto jogador com mais golos da equipa.
No final da temporada, os encarnados viajaram para Hong Kong, onde realizaram dois jogos amigáveis. Na primeira partida, frente ao Seiko, os benfiquistas chegaram ao intervalo a vencer por 2-1. Com vantagem mínima no marcador, Jimmy Hagan resolveu pensara pôr Humberto Coelho como ponta de lança em Nuremberga'. Apesar de a ideia não ser nova, ainda não tinha sido testada.
Assim, no segundo tempo, a alinhar como avançado, precisou apenas de quatro minutos para elevar o marcador para 3-1, de pé esquerdo. Aos 69 minutos, bisou de pé direito. E seis minutos depois fez o hat-trick perfeito, ao concluir de cabeça um canto batido por Artur.
O teste correu de feição, passando com distinção. 'É já conhecida a abundância de avançados, mormente de pontas de lança, de que dispõe o Benfica, é Eusébio, Artur Jorge, Jordão, Vítor Baptista e também Móia. Pois bem, a todos estes há agora a juntar mais um: o jovem Humberto Coelho'.
Saiba mais sobre a extraordinária carreira deste jogador na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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