Últimas indefectivações
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Gisèle, Jenni e a força de um nome
"A plataforma Netflix está cheia de «documentários de crimes reais» e eu sou uma das culpadas. Consumo vários nas poucas horas vagas. E eles vão fazendo.
Já deve estar em marcha o do jovem que matou a tiro o CEO de uma seguradora em Nova Iorque e na fase final o dedicado à mulher que fez história em França ao tornar público o julgamento do marido e mais 50 homens por a violarem ao longo de vários anos, enquanto era drogada e ‘emprestada’ por ele. Ex-marido agora, mas com incrível nuance: Gisèle divorciou-se de Dominique e ficou com o nome de solteira, mas não só abdicou do anonimato, como avançou para o Mundo com o apelido dele: Pelicot.
Como disse, «a vergonha tem de passar para o outro lado». Os 51 foram condenados por violação ou abuso sexual, com o marido a levar os 20 anos de pena máxima.
Quem está na mesma plataforma com o documentário 'Diário das Campeãs', e também deu caras e nomes, são as jogadoras da seleção feminina de Espanha, que viram a conquista inédita do Mundial ensombrada por mentiras e manipulações depois de o presidente da federação, Luis Rubiales, ter beijado a avançado Jenni Hermoso no pódio, após comportamento condenável junto à rainha de Letizia na bancada, quando agarrou os genitais numa 'cultura de mano' com o selecionador.
Jorge Vilda e as suas competências como treinador, bem como o controlo excessivo sobre as jogadoras, tinham sido colocados em causa por várias jogadoras, a ponto de 15, entre elas Aitana Bonmatí, se recusarem a ir à seleção.
Acusadas de mimadas, umas voltaram, outras não, mas todas têm voz, e têm-na desde que decidiram falar publicamente das desigualdades, como não poder usar o ginásio que era «só» para a seleção masculina, mesmo que não estivesse, longas viagens de autocarro ou voos em maus horários.
O beijo foi a gota de água num problema maior, ainda não concluído: a atual selecionadora, Montse Tomé, é uma das mulheres a aplaudir Rubiales na famosa assembleia em que grita que não se demite, o que acabou por ter de engolir depois de intervenção da FIFA. Nenhum deles foi ouvido, a vergonha passou para o seu lado. A história é delas e os nomes ficam para sempre."
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Vitória, finalmente...
Benfica 2 - 0 Felgueiras
Regresso às vitórias, com um golo a abrir e outro a fechar o jogo, com o regressado Prestianni a ajudar...
Falhámos vários golos, mas o André Gomes, também fez uma excelente exibição!
Não foi fácil...
Póvoa 75 - 79 Benfica
22-21, 15-12, 11-23, 27-22
Se a meio da semana foi o Drechsel em evidência, hoje foi o Broussard quase sozinho a segurar a vitória, num pavilhão onde começa a ser tradicional o Benfica ter dificuldades inesperadas! A cotovelada que o Trey levou não ajudou...
Ainda faltam o Stone e o Carvacho.
Mais lideres...
Albergaria 1 - 3 Benfica
Vitória matinal, com a rotação habitual, com destaque para o regresso da Lúcia... e para a lesão da Jody!
Braga - Sporting, terminou empatado, o que até nos é favorável!
O Benfica vai ter saudades deles
"A pertinência do comentário de Rui Costa e o que ninguém precisa de graduação para observar
Rui Costa foi pertinente quando, numa entrevista recente, lembrou que antes lhe perguntavam a razão de ter renovado com Di María e agora já o questionam se não seria altura de tentar segurar por mais uma época o extremo argentino de 36 anos, que termina contrato no próximo verão.
O presidente do Benfica, num comentário apimentado com algum sarcasmo, resumiu como tudo muda tanto e tão rapidamente no futebol; como é preciso ser racional na análise do momento, ver a floresta além da árvore.
Mas há coisas que sustentam o futebol jogado e que quem o gere tem obrigação de perceber. Uma delas, a mais importante, embora não viva sozinha, é a qualidade dos jogadores. O que no caso de Di María ninguém precisa de graduação para observar. A dele e a do compatriota Otamendi, também com 36 anos, capitão da equipa dos encarnados e que igualmente termina a ligação com o clube no verão. Di María é nesta altura o melhor marcador do Benfica, com 11 golos; nesta e na anterior passagem pelas águias, de 2007 a 2010, soma em conjunto 194 jogos, 43 golos marcados e 43 assistências. Otamendi, desde 2020/21, tem 198 jogos, 197 como titular!
Os números são absolutamente extraordinários e o nível altíssimo do rendimento deles também. Campeões do mundo, com currículo rico mas espírito estagiário é raro, é difícil encontrar e mais ainda reunir ao mesmo tempo num mesmo plantel. Por isso deve o Benfica sentir-se orgulhoso. Porque o Benfica tem de conseguir ter jogadores destes, com este perfil ou a promete-lo se quiser elevar o nível."
Ventos de mudança na Liga
"Evolução financeira da LPFP
Um dos principais pontos apontados à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e aos mandatos de Pedro Proença (desde 2015) foi a denominada recuperação financeira. Para nos enquadrarmos será necessário lembrar que 2015 foi precisamente o primeiro ano em que gerimos o país sem a intervenção da Troika. Todos sabemos as dificuldades e os sacrifícios que tivemos de fazer de forma a que a economia portuguesa desse a volta por cima. Entre 2015 e setembro de 2022 passámos por um período de taxas de juro negativas, o que significa que todos os financiamentos que efetuámos neste período representaram um custo muito mais reduzido para cada um de nós. Entre 2015 e 2024 o PIB português cresceu 44% (de €198.000 M para €287.000 M).
Como exemplo, os proveitos operacionais do Benfica, sem vendas de jogadores, passaram de €102 M para €179 M. Já no Sporting a evolução foi de €58 M para €103 M. Tendo em conta este enquadramento o difícil seria a LPFP não ter tido uma evolução similar. As economias mundiais tiveram uma dinâmica muito positiva, sendo que a indústria do futebol teve um desenvolvimento ainda mais robusto, com uma evolução a todos os níveis e que se reflete, por exemplo, no aumento dos prémios da Liga dos Campeões.
Analisando a evolução da LPFP no mandato de Pedro Proença podemos verificar que, em 2015, os rendimentos operacionais passaram de €14,7 M para €29 M em 2024 e os gastos de €13,2 M para €28,3 M, respetivamente. Importa referir que nos difíceis anos de Covid (2019/2020 e 2020/2021) a LPFP teve um resultado positivo de aproximadamente €2 M, quando os clubes passaram por enormes dificuldades! Se analisarmos o ativo, a diferença substancial está refletida na nova sede da Liga de clubes que está contabilizada com €20 M.
Já no passivo, Pedro Proença deixa um financiamento (dívida) substancialmente superior, numa altura em que as taxas de juro são muito mais altas do que quando chegou à Liga, o que vai acarretar um custo de financiamento muito superior para os próximos exercícios fiscais. Outro ponto importante é que a diferença entre os compromissos da Liga no curto prazo (passivo corrente-ativo corrente) apresentava um défice de dívida de €600.000 em 2015. No último relatório e contas essa diferença é de €5 M!
Não querendo retirar mérito à capacidade de organização de Pedro Proença e da sua equipa, estes dados permitem-nos concluir que a evolução financeira da LPFP foi em grande percentagem motivada por fatores externos.
Evolução desportiva
Se formos analisar a LPFP em termos desportivos a evolução também não foi substancial. Os espetáculos continuam a ser pobres. A LPFP está nivelada por baixo. Os quadros competitivos não foram alterados. A maior parte dos estádios estão despidos. Há clubes que não inscrevem jogadores por dívidas a terceiros e continuam a competir no primeiro escalão nacional. A tão abordada união entre clubes só existe nas palavras. Com os vários episódios que vão sucedendo nos estádios, as famílias ainda não se sentem confortáveis para ir a todos os jogos de futebol.
A imagem do futebol português está a melhorar, mas em grande parte pelos nossos jogadores e treinadores que nos representam pelo mundo e não pela imagem que a nossa Liga passa lá para fora. Vários episódios têm manchado essa mesma imagem. O exemplo mais recente foi o de um treinador ter entrado numa sala de imprensa rodeado de polícias!
Centralização dos direitos de TV
Este é outro dos temas quentes e que desconhecemos a evolução. Rui Caeiro, um dos representantes da LPFP, referiu em maio: «Estamos exatamente no ponto em pensámos que deveríamos estar.» A pergunta que se impõe é: qual é o ponto em que deveríamos estar? É importante realçar que este é um dos aspetos de maior importância para a evolução da nossa Liga. Se analisarmos todas as outras ligas onde a centralização entrou em vigor, percebemos que a competitividade aumentou. Os grandes ficarão sempre mais fortes se tiverem uma concorrência superior. Os espetáculos deverão melhorar. Os patrocinadores e parceiros irão aumentar. Os estádios irão ter de ter melhores condições e em consequência disso, e da maior competitividade, irão ter mais espectadores.
Para que tudo isto aconteça é fundamental começar desde baixo, ou seja, tentar criar um produto apelativo. O papel do presidente da Liga deve ser o de liderar o processo de negociação e, acima de tudo, o de fazer com que os clubes percebam que têm de ser criadas regras e condições para que todos saiam a ganhar. Analisando este importante dossiê percebemos que muito pouco foi feito neste sentido.
O futuro?
A o contrário do que muitos possam pensar, a saída de Pedro Proença pode ser muito importante para a evolução da LPFP. Já começam a surgir os primeiros nomes: Reinaldo Teixeira, presidente da Associação de Futebol do Algarve, Júlio Mendes, ex-presidente do Vitória de Guimarães, e João Fonseca, gestor, quadro da FIFA e especialista em direitos televisivos.
Analisando estas alternativas, não tenho dúvidas que os dois primeiros representam o que tem sido o futebol português ou o sistema em que entram uns e saem outros e fica tudo na mesma. João Fonseca pode ser o wild card de que o futebol português precisa. Dirigente da nova geração, com know-how e bem referenciado pelo seu trabalho na FIFA. É discreto, não se autoelogia nem faz propaganda de si mesmo. É respeitado e reconhecido internamente e externamente, nas instâncias do futebol, mas também do poder político. Tem experiência e conhecimentos na negociação de direitos de TV. Está por dentro da evolução da indústria do desporto, em geral, e do futebol, em particular. Conhece bem a realidade portuguesa e dos clubes portugueses. Numa Liga que vai enfrentar os seus maiores desafios da história será necessário escolher com critério.
Se João Fonseca decidir ser candidato é porque tem a convicção de que pode fazer diferente e melhor. Sendo uma pessoa metódica, já deverá ter o seu programa e a sua equipa, até porque tem a noção de que nada se faz sozinho e que o trabalho em equipa é fundamental. Por fim, tem um ponto que o difere dos que estão associados ao sistema: não pretende ter um cargo para ser reconhecido até porque já tem um lugar de destaque na FIFA e no Conselho Nacional do Desporto. A sua valorização e ambição serão sempre o resultado do trabalho que vier a realizar e que lhe for reconhecido. Não será fácil convênce-lo a regressar a Portugal, mas pode estar aqui uma grande oportunidade para os clubes demonstrarem o caminho que querem seguir.
A valorizar: Gonçalo Ramos
Regressou igual a si próprio. Três jogos, 85 minutos e três golos no PSG."
domingo, 22 de dezembro de 2024
Renovação do Benfica com Di María: para memória futura
"Argentino e clube encarnado podem renovar no final da temporada: que é quando a decisão deve ser tomada à luz do que mudou
Era setembro de 2023, na noite anterior o Benfica jogara de branco, Di María apontara o 2-0 de uma vitória por 2-1 sobre o Gil Vicente em Barcelos, e os encarnados eram quartos na Liga, atrás do líder Boavista, de Sporting e FC Porto. As águias vinham atrás do trio com menos um ponto. A BOLA fazia capa com uma imagem da parte de trás do argentino, na qual se lia, portanto, número e nome de Di María, identificando com a manchete: «As costas que carregam o campeão.»
Por essa altura, nada estava em causa como estaria mais à frente na temporada. Desde logo Roger Schmidt, o treinador da altura, com a crítica a cair em Rui Costa também e no próprio Fideo.
Chegou-se ao ponto de a renovação de Di María, anunciada após o regresso a Rosário, Argentina, ter deixado de ser uma possibilidade, ter sido ela criticada com o argumento de que o esquerdino já não conseguia aguentar ritmo e que era um problema para o técnico alemão. Primeiro porque Di María não podia ser suplente, depois porque também não podia ser substituído e, portanto, tinha de jogar sempre. Pelo Benfica e pela Argentina, que ainda representava.
Hoje, o peso de Di María no Benfica é o mesmo que em setembro de 2023 e não há crítico passado que não se tenha rendido já. Há duas verdades sobre o argentino: o Fideo é um jogador com uma qualidade muito acima da média do campeonato português; a idade pesa a todos e o argentino não é diferente. Assim, é preciso trabalhar com estas duas ideias em mente e isso cabe somente a duas pessoas: ao treinador e ao próprio Di María.
Começou por mudar-se o primeiro e, pelo que se vê, o segundo foi atrás. Bruno Lage começou por gerir a qualidade de Di María através de minutos e convenceu-o de que não precisa de estar sempre em campo para ter impacto ou, nesta idade e fase de carreira, ser feliz. O argentino parece ter aceitado que assim é.
A 21 de dezembro de 2023, Di María tinha 21 jogos, 1683 minutos, nove golos e duas assistências pelo Benfica; um ano depois tem os mesmos 21 jogos, mas 1421 minutos e…onze golos e cinco assistências em todas as provas.
Menos Di María é mais Di María, portanto, o que até poderia dar razão aos críticos do passado. Lage tem a vantagem sobre Schmidt de Di María ter terminado a carreira na seleção, mas a questão é que a crítica nunca devia ter estado no argentino, mas sim em quem o geriu e o deixou gerir-se.
No fundo, e para memória futura, tendo em conta este contexto, e admitindo que ele mantém mínimos físicos para um futebolista profissional, renovar com Di María pode ser mesmo uma opção lógica. Como lógica também é essa decisão suceder perto do final da época, não vá algumas das condições acima descritas, de treinador e jogador, mudar."
Comunicado
"Depois de analisada a acusação constante do processo n.º 5340/17.7T9LSB e ouvidos os seus Defensores, o Sport Lisboa e Benfica informa que foi decidido não requerer a fase facultativa de instrução, preferindo-se a ida direta a julgamento.
Foram dois os motivos que pesaram nesta decisão: por um lado, as limitações probatórias inerentes à fase de instrução; por outro, o arrastamento temporal que a realização da fase de instrução iria provocar no processo, com os inerentes prejuízos à imagem e credibilidade do Clube.
O Sport Lisboa e Benfica pretende, assim, avançar diretamente para julgamento, sede que permitirá, sem quaisquer limitações, fazer prova plena da falta de fundamento da acusação deduzida pelo Ministério Público e pugnar-se pela respetiva absolvição."
Brasil: Só 19 técnicos despedidos!
"O Brasileirão-2024 só despediu 19 treinadores. Só? Sim, só. Desde 2012 que os dirigentes — e os adeptos que os pressionam — não demonstravam tanta paciência com os técnicos nem tanta convicção nas próprias escolhas.
É um número absurdo, tendo em conta que o campeonato é composto por 20 equipas? É, claro. Supera os números da Premier League, de La Liga, da Bundesliga, da Serie A, da Ligue 1 e da Liga Portugal da época passada. Na verdade, despediram-se mais treinadores no Brasil do que nas ligas inglesa e alemã 2023/24 somadas — e mesmo que acrescentemos a francesa dá quase empate entre o país sul-americano e os três países europeus.
Mas, ainda assim, temos de começar por algum lado, temos de ver o copo meio cheio: no ano passado, caíram 26! De 2013 a 2023, aliás, nunca se registou menos de 20 despedimentos, ou seja, na média, é como se todos os clubes trocassem e ainda sobrassem mais umas quantas chicotadas. No Brasileirão de 2015, foram 32: à oitava jornada já metade dos clubes mudara de treinador.
Contribui para esta dança absurda nas cadeiras, além das citadas impaciência e falta de convicção nas próprias escolhas diretivas, mais um fator: o calendário. O Brasileirão começa uma semana, às vezes menos, depois dos estaduais, os cemitérios de treinadores que deixam logo na corda bamba os dois ou três técnicos de clubes grandes que não os ganhem.
Ainda assim, merecem elogios as seis direções, algumas já são administrações de SAD, que resistiram a despedir este ano: Palmeiras e Botafogo, orientados pelos portugueses Abel Ferreira e Artur Jorge, os dois clubes que lutaram pelo título; Fortaleza e Bahia, de Juan Pablo Vojvoda e Rogério Ceni, emblemas geridos com profissionalismo que andaram, sobretudo o leão, sempre na parte alta da tabela; o Grêmio, que apesar das desilusões foi treinado por alguém que tem até direito a estátua no estádio, Renato Gaúcho; e, acima dos demais, o Criciúma, que, mesmo sempre aflito, prestigiou o trabalho competente de Cláudio Tencati. Renato e Tencati saíram, sim, mas só após o fim do campeonato.
Menção ainda para os portugueses que passaram pelo Brasileirão deste ano mas, por uma razão ou outra, não o concluíram: Pedro Caixinha (Bragantino), António Oliveira (Corinthians), Petit (Cuiabá) e Álvaro Pacheco (Vasco da Gama)."
sábado, 21 de dezembro de 2024
O verdadeiro edifício
O texto que nenhum Director Executivo da Liga Portugal quer ler. Do @luismateus na @abolapt
— Fever Pitch (@Fever_PitchFC) December 20, 2024
É muito isto. pic.twitter.com/0Ro5qxmE0V
É pecado dizer que o nosso Campeonato está bom?
"Três candidatos separados por dois pontos. Para a maioria de nós vêm aí as Festas, para os três candidatos ao título vem um período que pode ser decisivo
Nos últimos 20 anos, só em cinco ocasiões a equipa que virou o ano em primeiro lugar o perdeu em maio. É nisto que devem estar a pensar treinadores, jogadores, dirigentes e adeptos dos três candidatos ao título, a dois jogos da passagem para 2025 e depois de o Benfica ter apimentado ainda mais a luta com a vitória desta quinta-feira na Choupana, num jogo em atraso que era uma espécie de reserva moral para os encarnados e uma esperança contida de Sporting e FC Porto.
Passado o teste encarnado na Madeira, de forma categórica e incontestável, os holofotes mediáticos viraram-se de imediato para o dérbi de 29 de dezembro.
Arriscaria, porém, que a jornada do próximo fim de semana pode até dizer mais sobre o futuro do que propriamente o desfecho do Sporting-Benfica que fará descer o pano sobre 2024.
O Sporting é quem tem mais a perder neste processo, vítima de si próprio justamente por ter perdido seis pontos inesperados que lhe poderiam ter dado um revéillon descansado, independentemente do que viesse a suceder no grande clássico. Arriscaria que o resultado de domingo, frente ao Gil Vicente, em Barcelos, será mais determinante para o ainda líder (convém não esquecer esta condição) do que propriamente o da receção ao Benfica.
Mesmo vencendo, como é expectável mas muito longe de garantido, haverá sempre um Sporting que se pressente ir de mais para menos, enquanto o Benfica, salvo enorme surpresa que o Estoril possa causar na próxima segunda-feira, vai a Alvalade claramente de menos a mais, mesmo com o percalço do empate na Vila das Aves.
Na sombra, quase em pezinhos de lã, trabalha o FC Porto. Longe de ser brilhante, tem sido eficaz na maior parte dos seus desafios internos. Perdeu com os dois rivais, é certo, mas perdeu fora de casa e tem o alento de saber que os recebe na segunda volta. E é muito por isto que a próxima jornada é mais importante do que parece: se no sábado ultrapassar o fantasma de Moreira de Cónegos, a equipa de Vítor Bruno, com a garantia de que um dos dois ou os dois adversários diretos perderão pontos uma semana depois, pode ainda dormir no primeiro lugar, ainda que à condição. E isso sabe sempre bem, sendo que o FC Porto também vai claramente de menos a mais.
Quando entrarmos em 2025 perceberemos melhor o que está e o que pode acontecer na Liga. Sempre com o sortilégio próprio do futebol, e ainda bem."
Três pontos merecidos
"O Benfica venceu, por 0-2, na deslocação ao Nacional. Este é o tema em destaque na BNews.
1. Boa exibição
O treinador do Benfica, Bruno Lage, considera que "a equipa fez um jogo muito bom" e releva "a exibição da equipa, com personalidade, com golos e com imensas oportunidades", alcançando uma vitória "indiscutível".
2. Objetivo cumprido
Florentino salienta: "A nossa mentalidade era jogar, ainda que as condições fossem adversas, e estávamos prontos. Demos uma boa resposta, controlámos o jogo, tivemos mais oportunidades, e o nosso objetivo foi feito."
3. Man of the Match
Di María foi considerado o Homem do Jogo.
4. Ângulo diferente
5. UEFA Youth League
No sorteio realizado nesta manhã, o Benfica ficou a saber que defrontará o AZ Alkmaar no seu terreno nos 16 avos de final.
6. Outros resultados
A equipa masculina de voleibol ganhou, por 2-3, no reduto do Trentino, um resultado insuficiente ante o campeão europeu em título para seguir em frente na CEV Volleyball Cup. A equipa feminina de voleibol ganhou, por 1-3, na visita ao Vilacondense. Nesta manhã, os Sub-17 de futebol triunfaram, por 1-2, no campo do Real SC de Massamá.
7. Campeonatos Nacionais de natação
Depois da excelente prestação a nível individual, neste fim de semana realizam-se, em Albufeira, os Campeonatos Nacionais de natação de clubes. O treinador José Machado refere que o grande objetivo é "reconquistar o título no masculino e tentar ficar nos três primeiros [lugares] no feminino".
8. Ação natalícia
Mais uma iniciativa da Fundação Benfica, desta feita em associação com a Superbrand e com a colaboração do nadador olímpico do Benfica Diogo Ribeiro.
9. História
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV."
O homem do capacete azul morreu de capacete branco
"Alberto Ascari foi um dos nomes mais triunfantes dos primórdios da Fórmula 1.
Quando o Ferrari 750 Monza conduzido por Alberto Ascari entrou em velocidade excessiva na Curva del Vialone do Autodromo Nazionale di Monza, perpassou pela cabeça de alguns que se agrupavam em redor da pista uma sensação de impotência. O carro perdeu a aderência, afundou o nariz e deu duas cambalhotas antes de ficar imóvel de rodas para o ar. Cuspido para o alcatrão, Ascari sofreu múltiplas fraturas e morreu poucos minutos depois. Estávamos no dia 26 de maio de 1955, Alberto tinha apenas 36 anos e já fora campeão do mundo de Fórmula 1 por duas vezes, em 1952 e 1953. Vários pequenos mistérios continuaram para sempre a rodear a sua morte. Era famoso pela sua destreza e, ao mesmo tempo, pela extrema segurança com que conduzia. Ah! Alberto Ascari não era um qualquer. Alberto Ascari é um dos nomes maiores entre os ases do volante. E, no entanto, naquele dia fatídico muitos pormenores pareceram desmentir as certezas que o envolviam. Não era para ter avançado para a pista, mas insistiu em experimentar o carro do seu amigo, Eugenio Castellotti, Il Bello, que viria a morrer dois anos depois num acidente em Modena; usava o capacete branco do companheiro em vez do seu habitual capacete da sorte, de um azul-vivo; quatro dias antes sofrera um aparatoso acidente no Mónaco e insistia em voltar depressa às pistas para ultrapassar o trauma. Tudo se juntava para contrariar a sua imagem de rigor absoluto. Por que pedira ele à Lancia, a sua escuderia, que lhe desse a autorização para que, nessa tarde, pudesse guiar um Ferrari? Saudades do tempo em que fora campeão com a marca do Cavallino Rampante? Perguntas sem resposta.
A morte vivia no sangue e na memória de Alberto. Aos sete anos, o pai, Antonio, outro monstro das pistas, morreu num acidente em Autodrome de Linas-Montlhéry, quando comandava o Grande Prémio de França ao volante de um Alfa Romeo. A dor não lhe tirou a audácia. Começou pelas motos. Passou aos automóveis com a ajuda do grande amigo do seu pai, Enzo Ferrari, que um dia disse sobre ele: «É inultrapassável! Se ganha a dianteira de uma corrida ninguém é capaz de superá-lo». Tomou conta da garagem da família durante a II Grande Guerra e teve sucesso no negócio que partilhou com Luigi Villoresi, seu conterrâneo milanês, também ele piloto nos primórdios da Fórmula 1, ao manter o fornecimento de carburantes para os veículos militares que travavam combates no Norte de África. Estreou-se em grande no I Campeonato do Mundo, fazendo parte da equipa da Ferrari juntamente com Gigi Villoresi e com o francês Pierre Raymond Sommer: na segunda corrida da competição, Grande Prémio do Mónaco, arrebatou o segundo lugar atrás do argentino Juan Manuel Fangio. Isto é, ficou em primeiro lugar entre os pilotos que eram deste mundo.
O norte-americano Andrew Alm Benson foi um indivíduo curioso. Professor de Biologia na Universidade da Califórnia, tornou-se igualmente um estudioso das competições automobilísticas. Escreveu ensaios. E livros. Escreveu inevitavelmente sobre Alberto. «Com a sua camisola azul-clara e o seu capacete a condizer, era uma figura inconfundível dentro do um Ferrari vermelho. Sentava-se de costas direitas e ombros ligeiramente curvados, bem mais próximo do volante do que os seus rivais. Não fazia parte do estilo dos pilotos modernos de Fórmula 1. Tinha um duplo queixo e umas bochechas que o levavam a parecer-se mais com um padeiro milanês do que com um feroz condutor. E, no entanto, era uma terrível e impiedosa máquina de competição. Dominou os Grandes Prémios como ninguém antes dele». A sua popularidade foi enorme, talvez por esse mesmo ar de padeiro milanês ao qual juntava uma índole bonacheirona e amigável. Em 2018, o escritor de livros de suspense, Mark Sullivan, publicou Sob Um Céu Escarlate. Um romance com cenários verdadeiros que aborda a vida contrariada de um jovem milanês, Pino Lella, que vê o mundo virado do avesso quando rebenta a II Grande Guerra e é obrigado pelos pais a alistar-se na Wermacht, convencidos de que seria a melhor forma de o manter longe dos cárceres do fascismo. Lella acaba por se tornar o chofer oficial de Hans Leyers, o representante de Hitler na Itália de Mussolini. Só um homem conseguiu ensinar-lhe a guiar na perfeição: Alberto Ascari!"
Nacional-Benfica, 0-2 Águia vermelha em pedra dura furou resistência de Lucas França
"Demorou, demorou, demorou, mas golos acabaram por aparecer, pelo meio de uma exibição de luxo do guarda-redes do Nacional
Demorou, demorou, demorou, mas, como água mole que vai batendo em pedra rija, os golos do Benfica foram surgindo, apoiando-se a exibição das águias encarnadas na figura de Di María. O argentino não teve o rendimento de luxo a que habituou os portugueses, mas conquistou a grande penalidade, marcou-a irrepreensivelmente e chegou ainda ao segundo golo, num remate frágil, mas colocadíssimo, que fugiu ao controlo de outra das grandes figuras dos 90 minutos: o guarda-redes Lucas França. O Benfica volta, assim, às vitórias depois do empate com o Aves SAD na jornada anterior e passa a estar ensanduichado entre Sporting e FC Porto: 36, 35 e 34 pontos, respetivamente, para os três primeiros.
Onde há 74 dias havia nevoeiro começou por aparecer nesta quinta-feira um gigante de 1,94 metros: Lucas de Oliveira França. O guarda-redes do Nacional foi o primeiro grande obstáculo que o Benfica teve de ultrapassar para chegar à vantagem. Pelo chão, pelo ar, com as mãos ou com os pés, o brasileiro foi verdadeiramente intransponível nos primeiros 45 minutos do jogo da Choupana.
O Benfica, mesmo sem exibição de luxo, poderia ter chegado ao intervalo com vantagem bem tranquila, tantos foram os remates enquadrados e perigosos que criou e finalizou. Porém, às cabeças de Pavlidis (12’) e Otamendi (36’) e aos pés de Akturkoglu (29’) respondeu Lucas França com um punhado de defesa extraordinárias. O Benfica não estava a jogar futebol encantador, mas dominava todas as variáveis, com exceção, claro, de colocar a bola no fundo da baliza. Porém, sejamos justos, grego, argentino e turco fizeram tudo de forma quase perfeita. O problema foi mesmo ter aparecido no caminho o goleirão paraíbano de Alhandra.
Por volta da meia hora, o nevoeiro voltou a aparecer na Choupana, mas, desta vez, apenas ténue e que não impedia que se continuasse a ver razoavelmente bem. Os encarnados continuavam a rodar a bola por quase todas as zonas do relvado, mas sentiam algumas dificuldades em entrar na grande área da equipa madeirense e, quando o faziam, encontravam o muro chamado Lucas França. E mesmo em cima do intervalo, aos 45+3, Akturkoglu recebeu a bola junto à marca de penálti, rodou um pouco e rematou. Era quase impossível não ser golo, mas Lucas França esticou-se, esticou-se, esticou-se e, no chão, esticou então os dedos da mão direita e desviou a bola para canto. Escrevemos muito, até agora, sobre o brasileiro, mas o resumo dos primeiros 45 minutos centrava-se quase só em Lucas França.
A segunda parte começou quase como terminara a primeira. Com o Benfica a criar muito perigo e, desta vez, com intervenientes diferentes: Kokçu e a barra. O turco rematou fortíssimo, parecia que a bola ia passar muito por cima da baliza, mas, de repente, curvou-se e embateu na barra. Não havia Lucas Franças, havia barra.
O golo, porém, continuava perto de aparecer. E assim foi aos 59’, depois de Di María cruzar, na esquerda, a meia-altura, aparecendo a mão de Ulisses Rocha a impedir que a bola chegasse a Pavlidis. Grande penalidade óbvia. Que Di María transformou em golo de forma perfeita. Estava desfeito o 0-0 e estava violada a baliza de Lucas França.
Tiago Margarido tinha de tentar algo de diferente para mudar o rumo do jogo e fez. Trocou Appiah por Daniel Penha, Isaac por Dyego Sousa e Matheus Dias por Bruno Costa. Tentar, tentou, mas não resultou. O Nacional continuou a ser uma presa demasiado frágil para um Benfica que nem estava a ser exuberante. E pouco depois, num remate um pouco frouxo, mas colocado, Di María ampliou para 2-0.
Estava fechado o resultado e foi então que, percebendo que a vitória dificilmente fugiria, Bruno Lage começou a rodar jogadores: Akturkoglu por Beste, Aursnes por Leandro Barreiro, Di María por Schjelderup e Kokçu por Rollheiser. O Nacional poderia aproveitar para crescer, mas quem cresceu mesmo foi Leandro Barreiro, desviando de cabeça para a baliza dos madeirenses, obrigando Lucas França a desviar para o poste."
Não Foi Fantástico, Mas Foi QB E Foi Mais Do Que Justo
"Nacional 0 - 2 Benfica
09' Dos 8 minutos corridos em outubro, jogaram-se 3. Veremos que tempo adicional dará o árbitro.
14' Toma lá amarelo Pavlidis, que é para saberes que amarelar os jogadores do Benfica é fácil.
25' Benfica a dominar, a controlar o jogo, a criar perigo, a não concluir. FDX!
30' Olhem lá o nevoeiro a cair sobre a Choupana. Querem ver que isto vai ser suspenso outra vez? VER-GO-NHA!!!
35' Terceira grandíssima oportunidade, terceira grandíssima defesa do guarda-redes deles. E continuamos empatados...
43' Di María não está nos dias dele - já não esteve na Vila das Aves. Vá lá, Angelito, tira aí um coelho da cartola para me fazeres passar por totó!
45' Lá está a vigarice do tempo adicional a não compensar a outra paragem. Deu 4 minutos...
45+3' O Aktürkoglu de há um mês já tinha metida duas lá dentro.
45+4' Temos que acelerar processos. Com a velocidade da primeira parte vai ser difícil.
50' Grande estouro do Kokcu na barra!!! Se chuta assim bem, que chute mais vezes.
51' Onde anda o Pavlidis da pré-época? É que não consegue mandar uma lá para dentro. Uma!
57' PE-NÁL-TI! Mais descarado é impossível. Com o braço aberto tirou o pão da boca ao nosso. Vamos Di María!
59' Goooooooolo! É continuar para o segundo golo. É proibido gerir esta vantagem.
62' O Di María precisava de ver um amarelo? Para quê este puxão?
63' Quero ver os entendidos a pedirem um amarelo para este pisão no Di María. Se fosse o argentino a fazê-lo pediam vermelho!
66' Toma lá outro pisão, Angelito, e não te queixes! Amarelo? No bolso do senhor árbitro.
74' Pronto, já posso descansar um pouco... obrigado Di María - e vão dois!
82' Grande assistência do Di María, grande cabeceamento do Barreiro, mais uma nos ferros.
90' Por onde andam as bolas paradas com perigo do Benfica? 11 cantos e nada...
90+4' Serviço cumprido. Três pontos para as contas do 39. Venha o Estoril!"
Se houver bruma na Choupana, o Benfica terá sempre Di María
"Num jogo que não começou, mas recomeçou num lançamento lateral, o Benfica livrou-se do nevoeiro que teima em revisitar o estádio do Nacional da Madeira por via do talento do seu jogador mais divergente. Ángel Di María marcou os golos da vitória (0-2) que deixou os encarnados a um ponto da liderança do campeonato
Está o árbitro à beira da área, ergue o apito com o braço em ângulo reto, o dedo da outra mão a apontar para o objetivo, okay, todos os presentes julgo terem entendido a mensagem, não era necessária uma perspicácia de Sherlock Holmes para os jogadores, quase todos enfiados no retângulo à frente da baliza de Trubin, compreenderem que só escutado o silvo é que Gustavo Garcia poderia fazer um jogo de futebol começar não colocando a bola a rolar, mas arremessando-a, as suas manápulas a serem os primeiros membros a tocarem nela em vez de serem os pés de alguém.
Pegando aos oito minutos, mais exatamente aos oito minutos e cinco segundos jogados há dois meses, o esquizofrénico Nacional-Benfica era reiniciado com um lançamento lateral, das mãos para a molhada, lá foi a bola finalmente devolvida ao jogo que estampou previsões de meteorologistas, augúrios de neblina e relatórios do IPMA na tinta de jornais desportivos. À hora do recomeço, o denso nevoeiro no alto da ilha da Madeira permanecia, circundava o estádio, as imagens de drone atestavam o temperamento nublado da Choupana, mas, sobre o hectare de relva, alguma bruxaria parecia haver.
Na aberta do maldito nevoeiro que adiou a partida e muitas mais haverá de empurrar para outras datas, os madeirenses, nativos deste clima, estiveram a apertar o Benfica nos minutos de arranque, tinham pressão a todo o campo, reclamaram segundas bolas, encostaram sem temores nos adversários. Apareciam para serem duros de lidar. O tempo, enquanto trazia “rabanadas” de nevoeiro de quando em vez, como dizia a minha colega de carteira, Lídia Paralta Gomes, densas nuvens do feitio da Choupana a lembrar que bastava ele querer para o jogo ir de novo para coma induzido, haveria de ser preenchido pela supremacia do Benfica.
Mantendo-se o Nacional a querer pressionar não muito em cima, mas com a equipa subida no campo, os encarnados fizeram por aproveitar os espaços entre os adversários. Sem grandes adornos a meio-campo, despreocupados com ligações e passes no miolo, procuraram os seus mais frenéticos, os atacantes vindos de fora, para se vingarem do nevoeiro. Por duas vezes, a agilidade de Di María serviu remates, um no chicote do seu pé esquerdo que cruzou à cabeça de Pavlidis, outra após ziguezaguear com o seu corpo-esparguete, cruzar rasteiro e Aktürkoglu rematar.
Noutro par de ocasiões, houve Kökçü, o intermitente se bem que incisivo turco, pachorrento em certos vislumbre quando depois é visto a injetar energia em passes, ou nele próprio: da esquerda, onde mais se tem baseado com Bruno Lage, cruzou para a bola ressaltar na relva e encontrar a cabeça de Otamendi perto do segundo poste; mais tarde, numa incursão sua ao sprint pelo centro-direita e por dentro de Di María, zonas não habituais nele, pediu ao argentino o passe que apanhou e remeteu para Pavlidis, de costas, servir novamente um remate de Aktürkoglu.
Nos quatro flagrantes intrometimentos do Benfica por entre as brumas do nevoeiro da Choupana houve as mãos, ou a perna esquerda, do atento Lucas França, guarda-redes sónico nos reflexos, a muralhar a sua baliza contra a porosa linha defensiva do Nacional, sôfrega com a genica de Di María com bola e o faro do extremo turco a aparecer no lugar certo para finalizar.
Na vez que a atenção e o posicionamento do guardião de nada lhe valeram, não por inaptidão sua, antes pela habilidade alheia, houve a trave a salvá-lo de um remate à distância de Kökçü, badalada inaugural do sino de alerta na segunda parte que continuou a ter um Benfica incisivo a atacar a área. Já sem a bipolaridade do nevoeiro, desaparecido com o acendimento dos holofotes do estádio, os encarnados mantiveram a procura de desequilíbrios por fora, onde Di María não se cingia à sua predileta ala direita e foi ao outro lado para espreitar o remate que desencantar um penálti, ao embater na mão de Ulisses Wilson.
O golo (59’) fez outro guizo soar no radar dos jogadores de Bruno Lage, há dias desleixados na Vila das Aves, onde em vantagem foram amorfos em demasia, amoleceram-se no jogo e o leme que perderiam seria aproveitado pelo AVS. Não foi o caso na Madeira.
Alérgicos aos esconderijos, os três médios deram-se ao jogo, mostraram-se à saída de bola, Aursnes e Kökçü não sumiram dos ângulos de visão de Florentino, a tríplice irrequietação deles manteve as dúvidas na marcação dos jogadores do Nacional e o Benfica foi arranjando vias para os passes saírem. Diminuíram as chegadas à área de Lucas França, aumentou a segurança nas posses, de maior a capacidade para a equipa reter a bola. Os madeirenses, curtos na dependência em Luís Esteves para desencantarem rasgos nas suas tentativas de avançar no relvado, não conseguiam incomodar a estabilidade dos visitantes.
Mesmo com outra raridade nas aproximações à baliza, quando as teve o Benfica irrompeu por fora, quase sempre no jogo exterior. Uma correria de Alexander Bah para se juntar a uma dessas incursões tirou um cruzamento que Gustavo Garcia, trapalhão, cortou para os seus próprios comparsas, para a marca de penálti, onde uma carambola se disputou até a sua sobra ir aos pés de Ángel Di María, um rato de delgada esperteza que sem espaço, quase nenhumas possibilidades, entalado numa vereda de pernas. Vendo-se cercado, o argentino fez o remate passar, docilmente, por entre as tenazes de um adversário. Lucas França não teve comprimento para impedir o segundo golo (74’).
Sem artimanhas de reluzir nos olhos, tão-pouco jogadas de desenho de louvar, o Benfica manteve a mão no jogo sem altos e baixos. Ter às tantas Zeki Amdouni na frente, um atraído por combinações e passes por natureza, ajudou ao certo controlo que houve até ao fim. A dinâmica no flanco direito, por onde Aursnes não se farta de rasgar diagonais e Bah de correr pela linha, foram forçando as condições para Di María, o maior divergente da equipa, fazer das suas. Ainda tirou um cruzamento para a cabeça de Leandro Barreiro mandar a bola ir chatear a barra da baliza.
Quando se ouviu o apito-mestre, a marotice da Choupana já revisitava o estádio, via-se o traço de personalidade do seu microclima que mais desgostos causa ao futebol beijar suavemente as bancadas. Di María tinha um comprido casaco vestido, fora substituído ainda o jogo não terminara. Amainado o talento do argentino, as brumas tinham a veleidade de se voltarem a mostrar. Com ele à solta, o Benfica repeliu-as para ter a vitória que o deixa a um ponto da liderança do campeonato, a pouco mais de uma semana de visitar o Sporting."
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Vermelhão: Adiamento, nevoeiro, guarda-redes em modo 'parede'... e vitória do Benfica!
Finalmente! 2 meses depois de ter começado, no meio do nevoeiro, o jogo acabou!!! E voltámos a ter neblina intensa, mas desta vez, deu para chegar ao fim!!!
Vitória justíssima do Benfica, com um 0-2 que pecou por ser escasso! O melhor jogo do Benfica, neste último ciclo após as Seleções... Na partida da Taça, com o Estrela goleámos, mas hoje, fora de casa, até acho que jogámos melhor, o resultado só não acabou em goleada, porque o guarda-redes do Nacional, fez a exibição da sua vida!!!
Os primeiros minutos após o recomeço, até não foram fáceis, com o Nacional a ganhar 3 cantos praticamente consecutivos, mas a meio da 1.ª parte, já o Benfica dominava completamente o jogo, e quando os remates começaram a acertar na baliza, só as defesas 'impossíveis' do goleiro adversário, evitaram o golo...
O empate ao intervalo, era extremamente injusto. E foi preciso esperar por um penalty (claro) para desbloquear a partida! Pouco depois, num dos remates mais 'fraquinhos' do Benfica, matámos o jogo com o 2.º golo!!!
𝗦𝗲𝗺𝗽𝗿𝗲 𝗷𝘂𝗻𝘁𝗼𝘀! 🫂🦅#SejaOndeFor pic.twitter.com/piKyBVUheK
— SL Benfica (@SLBenfica) December 19, 2024
Além do relvado pesado, dum adversário muito agressivo, que teve autorização para bater, as falhas na finalização, deram uma emoção à partida, que era totalmente desnecessária!
Uma nota para a forma como o Nacional tentou ultrapassar o Benfica, no início da partida, quando ainda tinham força: cavalgadas individuais, por jogadores fortes e rápidos fisicamente! Esta é uma das estratégias mais usadas contra o Benfica, por este tipo de equipas. O Benfica tem um défice físico na recuperação de bola...
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Mais uma vez, assistimos a uma partida, com os jogadores do Benfica a serem agredidos, pisados constantemente, e os Cartões, só saíam para os jogadores do Benfica! O Di Maria, às vezes exagera nas quedas, mas isso não justifica levar cacetada de meia-noite e nada ser assinalado!
𝑩𝒊𝒔 𝐌𝐚𝐫𝐢́𝐚 ⚽⚽#CDNSLB • #LigaPortugalBetclic
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Antes do Natal, ainda temos o Estoril na Luz. E não será fácil, até porque o tempo de recuperação é curto, e vamos levar com um adversário motivado, que teve uma semana inteira para preparar o jogo... Extremamente importante, terminar este ciclo com mais uma vitória, pois logo a seguir temos a deslocação ao Alvalixo!
Eliminação, apesar de vitória histórica...
25-22, 25-22, 20-25, 18-25, 13-15
Vitória histórica, contra o actual Campeão Europeu! É verdade, que após o 2-0, a eliminatória ficou decidida, e os Italianos, rodaram alguns jogadores, mas o plantel do Trentino tem alguns dos melhores jogadores do Mundo, e além disso o Benfica também rodou alguns dos titulares!
Nivaldo em grande, dando a indicação que tem que ser titular, em conjunto com o Pablo, até porque o Japa não tem estado ao seu melhor! O Godlewski também entrou muito bem...
❤️🔥 𝐍𝐢𝐯𝐚𝐥𝐝𝐨 𝐆𝐨𝐦𝐞𝐳 𝐡𝐢𝐠𝐡𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭𝐬 🏐
— SLBenfica Modalidades (@modalidadesslb) December 20, 2024
O zona 4 marcou 20 pontos na vitória de ontem! 💪
🔜 #VóleiBenfica vs. Ala Nun'Álvares
🗓️ Amanhã, às 17:00
📌 Pav. 2 🎟️ https://t.co/lMhqVKjF2k pic.twitter.com/r663nbc4rV
Mais do que Ser Campeão: Recuperar a Alma do Benfica
"Bem, acho que tenho de falar sobre isto. Não consigo explicar a frustração que senti depois do jogo contra o AVS. A equipa da casa empatou ao último minuto, numa segunda parte onde estava a crescer e o nosso Benfica em movimento contrário. Tal como tem feito nos últimos jogos. Vejo uma opinião muito dividida sobre o trabalho de Bruno Lage. Vejo gente a olhar para as estatísticas e a pensar como estavam na época do Roger; vejo gente a ser completamente arrasadora para Bruno Lage, chamando-o de medíocre. Eu limito-me só a observar e encarar os factos. Estamos muito melhor com Bruno Lage do que estávamos com Roger Schmidt (também não era preciso muito). Mas temos de olhar para as coisas como elas são. A equipa demonstra e transpira desgaste. Vê-se. Esse é o primeiro ponto.
Segundamente, nestes últimos jogos em específico, há demérito do nosso treinador. Mexeu mal. Mexeu mal e sem critério. Decisões que nos fazem pôr as mãos à cabeça. Contudo, temos de encarar a realidade. Recuperou toda a porcaria que Roger Schmidt fez. Lage pode não ser um treinador brilhante, mas tem muitas qualidades. Sabe o que é o Benfica, puxa pela bancada. Claro que isso não chega, é necessário o trabalho sujo. Os treinos, a dinâmica coletiva e, sobretudo, a luta. Suor e lágrimas. Raça, querer e ambição. Temos de ter isso de volta. Não interessa quem são os jogadores ou o treinador, essa é a nossa identidade. O objetivo não é só ser campeão, é mais profundo do que isso. O nosso objetivo é trazer o Benfica de volta.
Há umas semanas, ouvi uma frase que foi dita pelo nosso amigo Bakero há uns tempos que está relacionada com isto. O mesmo falou sobre o estado do nosso Benfica e disse algo que me deixou a pensar durante muito tempo. Ele falou sobre o facto de, atualmente, miúdos com 20 anos não terem muito Benfica para recordar. Não há muito onde se possa agarrar. Não há aquelas memórias lendárias que tanto o Bakero, o Picado, o João Nuno e o Sérgio tiveram. Bem, sendo um rapaz de 19 anos, que foi incentivado pelo pai a ir ao estádio desde pequenino, acho que tem tudo a ver com legado. Benfiquistas mais velhos têm de explicar aos benfiquistas mais novos o que é a Mística. Parece tudo muito bonito, mas, quando chegamos ao estádio e percebemos essa ideia, vemos que os nossos pais tinham razão.
Agora, é o nosso trabalho passar a Mística para a geração seguinte.
Saudações Benfiquistas"
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